QUANDO, no meio de um jantar de familia, é assunto os animais (refiro-me a gatos ou cães, embora conheça casos de coelhor, mas não é a esses que me refiro) dormirem na cama com o dono. Ora, portanto... fartinha de saber que se dirigiam a mim, nada disse, nada comentei... Ninguém tem absolutamente nada relacionado com isso, nem me preocupei. A casa é dos meus pais, os meus pais adoram as cadelas, as cadelas são tanto da casa como nós, são limpas, devidamente vacinadas e desparasitadas, não andam na rua, logo não devo qualquer justificação a ninguém!
PIOR, é quando de lá do fundo da mesa (não era muito longe vá, estou só a exagerar), vem a voz da mãe do L., vinda do nada, com o seguinte comentário: "Ai ó R. não era eu que dormia com cães. Gosto muito de bichos, mas são para estar fora de casa, não na minha cama! Só malucos dormem com cães.".
Passo-vos a tentar expressar a minha reação, que, diga-se, não foi muito boa. A 'minha pessoa' estava descansadinha a comer, como se nada de outro mundo se passasse, mas a ouvir tudo o que se passava, como se fosse uma discussão de politíca, uns contra isto, os outros a favor daquilo, um levanta a voz, o outro ri-se e manda uma piada. Mas, quando aquele comentário vem dirigido a mim, não tive tempo de controlar o olhar e, ficou tudo dito. Não consegui controlar a minha expressão e, falei com os olhos, só pensei que não me lembro de ter pedido a opinião a ninguém. O L. do meu lado, apercebendo-se do que se tinha passado, só me pousou a mão na perma, como quem me dizia "Não respondas, tem calma!". Assim o fiz, nem comentei, só mudei o meu olhar, como quem também dizia ironicamente "São opiniões!". Só me lembro de ter olhado para ele, já passados uns minutos, e ter pensado que ninguém sabe do que fala.
Sabem que não discordo, nem concordo, nem vou dizer que faço bem, ou que faço mal. Faria-o de qualquer das maneiras, porque para mim são o melhor do mundo. E, quando ninguém está para me aturar, estão lá elas. Aceito opiniões, podem dá-las à vontade, mas existem maneiras e maneiras de o fazer. Só isso. Cada um dá-a como quer, se depois é bem aceite, a questão é outra. Se queres ser respeitado, tens de respeitar, sempre me disseram isto.
Tenho saudades de fazer voluntariado. Enquanto estudo e, ando pelo mundo dos blogs, estava a pensar nisso, das saudades que tenho de fazer voluntariado. E, no meio disso, veio-me à memória uma das frases que mais gostei de ouvir até hoje e, que tanto sentido fez na altura. Foi numa formação de voluntariado, o ano passado, com um padre, que todos os meses vinha à faculdade dar-nos umas dicas. Esse mesmo senhor, numa das muitas conversas que teve connosco disse isto:
"Há pessoas que nos fazem bem! Há pessoas que não nos fazem bem. E é com as primeiras que devemos ocupar o nosso tempo e a nossa felicidade!".
2017 até tem sido meu amigo, vá lá. Mais que 2016. Mas, fora isso, deve-se tudo a muito esforço e dedicação.
Este é o meu último da licenciatura. Uma licenciatura atribulada diga-se. Quando me inscrevi estava em pânico, porque para acabar a licenciatura no mês de Fevereiro, precisava de me inscrever a 11 cadeiras. E inscrevi-me a 11 cadeiras. Era o tudo ou nada, pensei na altura. Foram muitas vezes que quis desistir, parecia que nada ia correr bem, foram muitas as vezes que liguei à minha mãe, e outras quantas ao L., a chorar e a precisar de força, porque já não a conseguia encontrar sozinha.
A verdade é que... depois de 4 meses, cá estou, e 10 estão feitas! Falta-me uma, o único exame que reprovei e tenho de ir a recurso, mas já estava à espera porque me tinha corrido muito mal. E, falta-me a oral interdisciplinar.
Recebi as últimas notas na sexta feira e quando pousei os pés na terra pensei "Só falta uma, está quase! O pior já passou!".
Estou contente por mim. Estou feliz por mim e, sinto que a vitória acima de tudo é minha, e não sei dizer como sabe sentir isso.
Durmo com dois edredões, um dos quais é polar. Com dois cobertores. E lençóis polares. E, ainda durmo de pijama polar, com dois pares de meias e, acrescento umas meias super quentinhas de lã.
E agora perguntam... a minha casa é assim tão fria? Ao que passo a responder... Nãoo!! A minha casa tem aquecimento central, e a casa mantém-se quente durante toda a noite, começando a arrefecer perto das 06.00h.
O L. chama-me louca, mas sabe-me tão bem com este frio!
Eu: - Amor, tenho saudades de ver uma comédia romântica. Apetecia-me ir ao cinema e, podíamos ir ver assim um filme mais 'fofinho'.
L: - Comédias românticas? (e faz uma cara feia)
Eu; - Sim, uma comédia romântica. Oh não... Não me digas, por favor, não digas, não quero ouvir que não gostas de comédia românticas. Não digas!! - e começo a virar-lhe costas - eu sempre imaginei, quando estivessemos no nosso cantinho, que aos domingos, íamos ficar enroladinhos no sofá, comum cobertor quentinho e, com as nossas cadelas, a ver comédias românticas, a comer pipocas e a namorar!
Ao que ele responde: - E comédias românticas porquê? Comédias românticas acabam sempre da mesma maneira... Porque é que gostas de comédias românticas?
Fiquei a pensar no argumento que ia utilizar, mas lá disse: - Porque contam historinhas de amor e eu gosto de histórias de amor e de finais felizes!
Ao que ele, já para me irritar e com aquele sorrisinho mafioso atrás da orelha me diz: - Histórias de amor estúpidas... Que têm final feliz, mas sabes perfeitamente que na realidade nem tudo tem um final feliz.
Continuei a argumentar a meu favor: - Não, mas histórias de amor como a nossa,,, Ou também é uma historinha de amor estúpida?
Ao que ele, não deve ter pensado nisso, me revira os olhos, ri-se e me diz: - Não compares... A nossa é a nossa! As das comédias românticas é que são estúpidas.
Fiquei, durante momentos sem resposta, mas perguntei-lhe: - Mas afinal podemos ver uma comédia romântica ou não?
E a última resposta dele antes de se começar mesmo a rir e admitir que me estava a tentar irritar desde o início foi: - Se puseres a nossa historinha de amor, posso pensar no teu caso!
É isto. Uma pessoa vai com ele ver "Assassins Creed", género de filmes ao qual não acho grande piada e, depois ouve estas coisas. Mas a nossa é a nossa, vá lá.