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Coisas (des)Interessantes

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25
Abr18

Como conheci o L. e como começamos a namorar

mudadelinha

 

Não me lembro do momento exato que conheci o L., já foi há muito tempo e não foi amor à primeira vista, antes tivesse sido. Conheci o L. porque ele trabalhava num lugar perto de onde eu trabalhava e já tinha trabalhado no mesmo sitio pelo que partilhávamos amigos. Mas pouco falava com ele, ouvia falar muito dele e de como ele era quando trabalhava com eles, mas nunca tinha falado muito com ele, também porque ele não aparecia muito por aqueles lados. Na altura que deixou de trabalhar naquele sitio a relação com os patrões não acabou muito bem e ele, então, raramente, aparecia, mesmo para ver os amigos. Quando o conheci ele namorava e eu também, mas ficou sempre uma relação engraçada por causa dessa coincidência e por já termos os dois trabalhado no mesmo sitio, apesar de nunca termos trabalhado juntos.

O L. é das melhores pessoas que conheço, sem ser suspeita (vou continuar a ser!), mas mesmo antes de gostar dele sabia disso. O L. é um rapaz que irradia luz porque está sempre bem-disposto, tem sempre uma boa palavra para toda a gente, está sempre a brincar e cativa todos os que o conhecem pela humildade e naturalidade que transmite, é a maneira de ele ser e de estar e sei que não sabe ser de outra forma. Somos um bocadinho diferentes nisso, ele é a pessoa mais descontraída, mais calma e bem-disposta que conheço, muito mais que eu.

Quando nos conhecemos ele já namorava há algum tempo e eu também, nunca imaginamos que um dia os nossos caminhos se pudessem cruzar, mas cruzaram-se e sou grata por isso todos os dias. Continuamos sempre a trabalhar nos mesmos sítios, mas quando a relação dele terminou, ele começou a sair mais com os amigos, que eram os meus colegas de trabalho e começamos a passar mais tempo juntos, porque os amigos eram os mesmos. Bem, começou tudo aí. Aliás, começou tudo em setembro, numa saída no fim de um dia de trabalho e o L. estava num estado muito engraçado e só dizia asneira, tanto que nem ele se lembra desta passagem. No meio de tudo o que fez, andou a noite toda a chatear-me e a dizer-me “Eu gosto muito de ti sabias? Tu não te acreditas, mas é verdade!”, como é lógico não me acreditei em nada e a uma determinada altura da noite até fugia dele com medo do que ele ia dizer a seguir.

Aquilo passou, quando lhe falei naquele dia ele nem se lembrava de metade, por isso vamos só imaginar o estado em que ele estava. Mas continuamos a estar juntos, a ir tomar café com amigos, a sair com os restantes do grupo. E tudo começou assim, às vezes mandava-me mensagem só a mim para ir tomar café com ele, outras mandava-lhe eu a ele, sempre como amigos porque até aqui nunca tinha pensado nele de outra forma. Sempre que saíamos à noite ou que estávamos num sitio com música ele pegava em mim para dançar (eu, que sou horrível a dançar!) e começou assim. Sei que a uma determinada altura o cheiro do perfume dele acompanhava-me diariamente e aquele perfume mexia comigo e sabia, perfeitamente, que já sentia alguma coisa, não sabia se ele também.

Andámos meses naquele clima, e nunca tive qualquer problema em avançar, mas não sabia se devia, mas um determinado dia ganhei coragem e acabamos por nos beijar. Não sei bem o que foi aquilo, no meio de tanto medo, eu soube que era ele e, por mim, o tempo tinha parado naquele dia. Fiquei sem saber reagir, ele principalmente, mas no dia seguinte voltamos a estar juntos. Ninguém sabia do que se tinha passado, nenhum dos dois queria contar a ninguém porque não sabíamos o que ia sair dali, por isso era muito melhor deixarmos só para nós. Mas, no dia seguinte, voltamos a estar juntos e quando me vinha embora, sem ninguém ver, ele deu-me um beijo na cara, e eu voltei para trás e eu dei-lhe outro, em forma de despedida.

Começou assim, andamos meses sem contar a ninguém, aliás nós nunca contamos a ninguém, mas já não sabíamos esconder aquilo que tínhamos. Andamos meses que só estávamos juntos ao sábado e nunca fomos de falar muito por mensagens, era muito raro trocarmos uma mensagem como deve ser, as poucas vezes que o fazíamos era com bonecos ou com brincadeiras parvas.

Às vezes falamos e brincamos com determinadas situações, rimo-nos e ele pergunta-me quando é que soube que estava apaixonada por ele e, sinceramente, desde sempre. Acho que soube desde inicio, mas custou-me a acreditar que estava mesmo. Ele diz que não sabe, mas que provavelmente foi quando nos beijámos, porque nunca mais esqueceu aquele momento, possivelmente porque fui eu que ganhei coragem para o fazer.

A melhor parte, aprendemos sempre a respeitar o espaço um do outro, ele comenta muitas vezes que era o maior dele e confesso que era o meu também. Gostamos imenso de fazer tudo juntos, de namorar, ir ao cinema, jantar, almoçar, lanchar, passear, sair à noite, mas também gostamos imenso de ter o nosso espaço e nosso tempo sozinhos, ou com os nossos amigos, e sempre compreendemos e respeitamos isso. Quando é difícil falamos, e tentamo-nos compreender o lado de cada um, não temos por hábito virar costas só porque sim, ou só porque ele acha que não e eu que sim, damos a cara e falamos sobre os nossos problemas. Olho para nós e penso que temos conseguido construir uma relação bonita, sempre com base no que sentimos um pelo outro e continuo-me a achar uma criança quando olho para ele, porque sinto-me como no primeiro dia e, todos os dias, agradeço-lhe por ter aparecido e por me ter feito acreditar novamente no amor, deu-me muitos novos sentidos.

 

 

1 mudadelinha

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