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Coisas (des)Interessantes

Coisas (des)Interessantes

20
Abr22

O que não nos contam sobre a gravidez

mudadelinha

Ilustrações engraçadas mostram como é o dia-a-dia de uma grávida - Mil  Dicas de Mãe

Não acho que a gravidez seja o estado de graça que se faz parecer, aliás achei sempre que ia gostar muito mais de estar grávida. Tem um ‘quê’ de magia e tem um ‘quê’ de desconforto e adaptação. Acho que há assuntos que ninguém aborda na gravidez e há outros quantos que ninguém aborda no pós-parto, daí nunca estarmos preparados para a aventura que vai ser. Claro, cada caso é um caso e cada experiência é uma experiência, mas se falarmos abertamente dos assuntos, estamos mais preparados. Daí que, na minha opinião, seja tão importante a procura de informação, quanto mais melhor e a partilha de experiências também.

Estamos a meio do terceiro trimestre e houve alguns pormenores que ninguém me contou:

- Incontinência, se assim lhe posso chamar, nem sei bem o que é. A sensação de espirrar ou fazer algum movimento brusco e ficar constantemente molhada. É uma sensação horrível, pensei que terminava no máximo quando somos adolescentes, só que não.

- A vontade constante de ir a correr à casa de banho é muito constrangedora. Nesta fase, deixamos manias de lado como “Ai só vou à casa de banho em casa.!” Ou “Casas de banho públicas nunca na vida!”. Eu era uma destas e já calei a boca muitas vezes, quando vejo uma casa de banho vejo vida literalmente.

- Que a barriga é muito fofinha, mas que também vai ser incomodativa quando vamos fazer as nossas necessidades, e sim, isto fez-me muita confusão, desculpem o desabafo, não estava preparada.

- A barriga é toda uma coisa muito fofinha, mas o peso que lá está, incomoda, pesa. Ando 10 minutos e sinto-me com duas toneladas de acréscimo em cima do corpo, sinto-me literalmente a arrastar, não só os pés, mas o corpo.

- Os pontapés e o bebé a mexer é mágico, é efetivamente mágico e único, mas quando lhes apetece enfiar os pezinhos, as mãozinhas, o que quer que seja, nas costelas, não é lá uma coisa muito agradável. E este terrorista deve gostar de fazer conchinha tão pequenino, porque sinto-o a encolher-se todo num lado da barriga. Sim, dói, é verdade, e desconcentra.

 

 

Muito provavelmente há coisas que me estou a esquecer e amanhã vou pensar “Fogo, podia ter falado disto.”. Mas é isto, um mero desabafo de uma fase que tem tanto de bom, como de novo.

 

 

24
Mai21

6 meses de uma vida a dois

mudadelinha

Nem parece que já passaram seis meses desde o início desta aventura a dois. O que até considero bom sinal, nem dei pelo tempo a passar, e num instante já partilhamos o mesmo espaço há seis meses.

 

Dou por mim a ter preocupações de adulta e a rir-me, o que é realmente assustador, quando me perguntam “O que estás a fazer?” ou “O que é que fizeste no fim de semana?” e as minhas respostas são “Estive a lavar roupa, ou a pôr a roupa a secar, a aspirar a casa toda, a arrumar a cozinha, a preparar a comida para o resto da semana” e coisas similares. Digo assustador, porque nunca pensei que o fosse dizer, mas é intensamente bom quando rumo caminho a casa no fim do horário de trabalho e sei que tenho a minha casa à espera. Não é que não o fosse em casa dos meus pais, pelo contrário, mas acho que entendem que é diferente.

Passo a semana a pensar que no fim de semana vou descansar, que não vou fazer nada, que me vou deitar no sofá e que por lá vou ficar, e na verdade, chega terça-feira e não descansei nada no sofá, porque andei a arrumar ou a cozinhar, mas que me soube muito bem, porque não sei estar em casa quieta, há sempre alguma coisa para fazer.

Os primeiros tempos foram incrivelmente cansativos. Demos este passo, estava sem trabalho, fazia apenas uns trabalhos como freelancer em casa, ele não conseguiu tirar férias, então a mudança foi feita um bocadinho às três pancadas. Quando entrou o segundo confinamento, em janeiro deste ano, ele voltou a ficar em lay-off, e eu começo a trabalhar. Inicialmente num part-time de 4 horas, e posteriormente passei a full-time. Então estava ele em casa todos os dias, e lá foi pondo as coisas ao sítio. Mas andamos meses para conseguir ter a cozinha prática e à nossa maneira, a sala foi a primeira divisão que ficou pronta, mas o segundo quarto a que chamamos de escritório, não vos digo, nem vos conto. Aquela divisão da casa foi mais o quarto dos arrumos de uma mudança, que nem sabemos bem o que é, porque tem lá tudo o que é tralha, caixas e sacos das mudanças, calçado por arrumar, tapetes para pôr no sitio, enfim, todo um mundo de coisas. Supostamente, será para fazermos o nosso escritório, porque com as coisas todas da faculdade preciso muito de um sitio para trabalhar.

 

Fora toda esta aventura das arrumações e das mudanças, tem sido inspirador esta nova fase. Acho que ainda estou na fase do mar de rosas, em que é lindo passar a ferro, lavar a loiça, lavar e estender a roupa. Talvez como o tempo é tão curto seja por isso.

 

Partilhamos toda uma casa e todas as tarefas, aliás não há tarefas que são de um ou que são de outro, as coisas são naturais, e se um não faz, faz o outro e completa. Com exceção de passar a roupa ferro, que o moço oferece de boa vontade, é a única coisa que ele dispensa, mas que se não tiver outro remédio, lá tem de ser. Por exemplo, estive uma semana fora em trabalho, deixei-lhe a roupa de trabalho passada a ferro, mas há sempre outras peças que precisa e que teve de se desenrascar.

 

Somos muito companheiros no que toca à casa, aliás somos companheiros em tudo, e sabia que esta seria a prova que precisavamos, e sinto que ao fim de seis meses é mesmo para a vida. Não é que precisasse desta prova mas é sempre mais uma demonstração de que é. Trabalhamos como equipa, e não há um que faça mais ou um que faça menos. 

 

(imagem retirada daqui)

12
Abr20

5 anos de uma história feliz

mudadelinha

Neste dia estranho e diferente de Páscoa, fazemos 5 anos de namoro. Quer dizer, não temos bem a certeza se foi neste dia que nos beijamos pela primeira vez, não temos bem um dia certo de namoro, mas gosto de dizer que foi nesta data, só para assinalar o momento. Uns anos lembro-me, outros não.

Este ano tudo é diferente, mas ser neste dia deu-me ânimo, porque o dia de hoje tem tudo para ser triste, e será certamente triste. A mesa vai estar vazia, a mesa está sempre vazia agora, falta o mais importante. Todas as lembranças do dia de hoje desapareceram, e a partir deste ano será sempre diferente, e saber que este ano era neste dia encheu-me um bocadinho o coração de memórias boas, e de esperança.

Ao longo destes cinco anos, podia dizer que foi tudo bom, que só temos coisas boas para contar, o que é metade mentira, e metade verdade. Nem tudo tem sido bom, mas no meio de tudo o que é mau, estamos lá, e estarmos sempre lá um para o outro, é a nossa felicidade, o nosso equilíbrio, o nosso ponto de abrigo. Temos os nossos dias, temos as nossas discussões e os nossos desentendimentos, afinal ninguém se entende sempre. Mas, no fim, há amor, e haver amor, cumplicidade e cumplicidade é tudo.

O L. tem sido tudo, é tudo na minha vida desde este dia há cinco anos. É a minha plenitude e o meu equilíbrio, e tem sido o meu maior apoio, o meu refúgio nos dias bons e maus, e nunca me larga a mão, nunca. Quando me mudei para o Algarve, e ele ficou no Porto, tinha mais medo, do que esperança, admito. E ele sabia disso, e talvez por sabermos disso, a distância só nos aproximou, e sinto que nada faria sentido se fosse diferente. Já tinha vivido uma relação à distância que não resultou, e o L. veio-me mostrar que é possível. Claro que é possível, com dedicação e esforço tudo é possível. Se é difícil? É muito difícil, sabemos disso, nos dias difíceis só queria um abraço. Mas é uma aprendizagem, se somos capazes de ultrapassar isto, somos capazes de muito mais, é um trabalho de equipa, de persistência e, sobretudo, de dedicação.

Ao longo destes dois meses em que me mudei, não tem sido tudo um mar de rosas e de pétalas, e de beijinhos e corações. Nenhuma relação o é, quanto mais à distância. Tenho dias maus, em que acordo desanimada, que choro e grito, que estou desmotivada com qualquer coisa, ou simplesmente estou com saudades, e quando estou com saudades sou impossível de aturar. Às vezes ligo-lhe só para lhe dizer que me apetece desistir, ou só para chorar porque tenho saudades do meu avô e de ouvir a voz dele. E o L., na calma dele, porque não lhe adianta outra coisa naqueles momentos, é meter-me os pés no chão e diz-me, tantas e tantas vezes, até perco a conta das vezes que o ouço dizer “Calma! Chora o que tiveres de chorar e liga quantas vezes tiveres de ligar, vou atender sempre, porque estou sempre aqui. O teu avô está a ver-te e está a tomar conta de ti, e não quer que desistas, pensa nele quando quiseres desistir, e se te fizer sentir melhor procura e ouve aquele vídeo em que ouves a gargalhada dele, a dar comida às gaivotas, que tantas vezes me falas, e vais-te sentir melhor.” Nem sempre é verdade que me sinto melhor, mas já me aquece o coração ouvi-lo.

Ao longo destes 5 anos, aprendi que acreditar no amor é a maior esperança que podemos ter e plantar o amor na nossa vida é o que nos permite viver uma relação saudável, não só com os outros, mas connosco. Essa tem sido a minha, a nossa, maior caminhada e a maior lição.

Há cinco anos soube que era para a vida toda, e soube porque decidi acreditar. E pode parecer cliché, mas é verdade. E nos momentos menos bons, lembro-me disso, que é preciso acreditar que vai ficar tudo bem, mesmo que não fique, acredito que sim.

Têm sido anos felizes, temos vivido experiências bonitas juntos, não falamos muito sobre nós, não partilhamos muito, até sou eu que acabo por partilhar mais, mas evito partilhar muito da nossa vida pessoal, fica para quem convive connosco e quem gosta de nós.

 

Há cinco anos decidi acreditar no amor e foi a melhor decisão da minha vida.

 

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(esta fotografia foi tirada nas nossas férias na Croácia, em Dubrovnik, em Setembro de 2019)

 

31
Out19

Perdidos de amor pela Croácia

mudadelinha

Depois de muitas dúvidas sobre as nossas férias de 2019, lá tomamos a decisão de rumar à Croácia. Foi difícil, tivemos todo um ano para decidir, ainda assim compramos e organizamos tudo em cima da hora (quem nunca não é verdade?).

Queríamos fazer umas férias de praia, sem serem exclusivamente de praia, passar mais alguns dias do que o que tínhamos feito até este ano, sem gastar rios de dinheiro, num país seguro, económico e quente. Pensámos em vários países, visto que este ano o L. conseguiu as duas semanas do meio de setembro, o que ainda nos permitiria apanhar calor sem ir para muito longe. Pensamos na Croácia ou numa viagem completa pelos Balcãs, e aí queríamos passar pela Eslovênia, Croácia, Bósnia, Montenegro, Sérvia, mas recuámos rapidamente nessa ideia, pela logística, seria muito cansativa e dispendiosa, precisaríamos no mínimo de 15/20 dias, ou mais. Em segundo, pensamos só na Eslovênia, mas aí dispensaríamos a praia e não iriamos tantos dias porque não se justificaria. No entanto, os voos para a Eslovênia são um quebra-cabeça e não conseguimos aquilo que queríamos por um bom preço, então desistimos. Queremos muito ir à Eslovênia, mas fica para outra altura. Depois, colocamos a ideia de viajarmos por Portugal, ou pela costa algarvia ou pela costa vicentina, tendo em conta que o L. não conhece nenhuma e eu conheço só o Algarve, porque foram sempre as minhas férias de infância. A par do Algarve pensamos em países e ilhas mais próximas como Tenerife, Gran Canárias, Menorca, Ibiza, porque já fomos a Palma de Maiorca. 

A nossa decisão tornou-se engraçada, porque já tínhamos afastado de forma quase absoluta a ideia de irmos à Croácia, pela logística que seria necessária, mas em finais de maio tivemos uma daquelas situações inexplicáveis. Estávamos a tomar café no sítio do costume com amigos, um dos quais costuma viajar com frequência, e no outro canto da sala estava um senhor com um ar enigmático, que nenhum de nós conhecia e nunca o tínhamos visto. Estávamos a falar de férias e de viagens, e eu estava a dizer ao L. “L. estive a ver os voos para Menorca e estão em promoção, mas também gostava de fazer o que tínhamos programado para o Algarve,  ou até Tenerife!”.  Quando o senhor decidiu sair do café, diz boa noite educadamente e diz-nos “Olhem, desculpem meter-me na conversa, eu não queria estar a ouvir, mas foi impossível, esqueçam lá Menorca e o Algarve, a Croácia mete esses dois sítios num bolso, principalmente para um casal jovem como vocês!”. Olhamos para o senhor, olhamos um para o outro, e toda a gente se começou a rir, porque naquele preciso momento ninguém tinha referido a Croácia. Lá entramos na conversa com o senhor, mas ficamos hesitantes por causa dos preços dos voos. Mas, naquele dia, tomamos a decisão de procurar melhor e de pensar melhor sobre o assunto.

Andei mais de um mês na busca pelos melhores voos e dentro do nosso orçamento, e no dia que encontrei compramos. Foi difícil, acreditem que foi difícil, pesquisei muito, li muitos blogs, mas lá conseguimos por um preço bastante razoável e dentro do nosso orçamento, e compramos.

Ir à Croácia era um sonho, tanto para mim, como para ele e nunca pensei um dia pousar os pés em terras croatas. Depois de tirarmos os voos, comecei a estruturar todos os dias que lá estaríamos, porque havia sítios que queria obrigatoriamente conhecer, e precisava medir distâncias, perceber qual seria a melhor forma de nos deslocarmos, e coisas afins.

Foi fácil de organizarmos, porque sabíamos bem aquilo que queríamos, queríamos conhecer, mas queríamos descansar, por isso não precisávamos de ir a todos os sítios e mais alguns, porque seria extremamente cansativo. Então, nos 8 dias que fui, dividi todos os dias por manhã e tarde, para perceber qual seria a melhor maneira de nos deslocarmos e as horas mais apropriadas para o fazer, e com isso jogamos com os horários de check-in e check-out dos apartamentos onde ficamos. Ficamos sempre em apartamentos, fizemos as reservas pelo Booking, não confio muito no airnb, e não nos arrependemos, porque cada apartamento era melhor que o outro. Estabelecemos, desde início, um orçamento por noite, porque fomos mudando de apartamento quase todos os dias e anotamos os principais requisitos para as reservas, o mais importante era ter estacionamento gratuito, porque estaríamos sempre de carro. Naturalmente, que uns ficaram mais económicos que os outros, o que nos permitiu investir e gastar noutras coisas.

Aterramos e deslocamos no aeroporto de Split, que fica praticamente a meio de país, alugamos carro no aeroporto e decidimos primeiro subir a costa para norte, para irmos a Zadar e aos parques Plitvice, e depois descer para Dubrovnik.

Ficamos a primeira noite em Split, nos apartamentos Simoni, muito confortável, no centro histórico da cidade, mesmo muito bem localizado, com estacionamento gratuito sujeito a reserva, e o proprietário foi muito simpático e adoramos anfitriões simpáticos, disponíveis e acessíveis. Chegamos a Split perto das 19.00h e gostamos logo da cidade, pelas cores, pela vida, pela música. Estava uma noite quente e as ruas estavam cheias de gente. Saímos para jantar, e ainda tivemos tempo de passear e conhecer as muralhas da cidade. Para uma quarta-feira de setembro, ficamos admirados pela movimentação nas ruas e pela iluminação. Deu para conhecer um bocadinho de Split, ficamos com pena de não ter conhecido mais.

 

 

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(Palácio de Diocleciano - Split)

 

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(Split na noite em que chegamos, estavam 28C e uma noite mesmo muito bonita)

Tiramos o segundo dia para ir à ilha de Brac, a uma das praias mais bonitas da Croácia, Zlatni Rat e assim o fizemos. Não foi dos sítios que mais gostamos, mas foi uma experiência e foi o nosso primeiro impacto com as praias da Croácia. Split é dos melhores pontos de partida para ir às ilhas, só fomos a Brac, mas quem quiser ir a Hvar, Vis, o sítio mais indicado para apanhar os ferrys é em Split, porque há ligação para quase todas as ilhas. Fizemos o check-out e deixamos o carro no estacionamento do apartamento, porque o senhor foi incrivelmente simpático. Do apartamento onde ficamos ao ferry foram cinco minutos a pé, paramos para tomar o pequeno-almoço numa esplanada na avenida principal, mesmo de frente para a marinha. Tirei os bilhetes do ferry online, no site da companhia, mas azar dos azares perdemos o ferry das 9h, e o segundo só partia às 11.15h. Descontraídos como somos, principalmente quando estamos de férias, pensamos logo em passear por Split, e a nossa primeira ideia foi conhecer a praia mais próxima. O nosso melhor amigo foi sempre o google maps, e a praia mais próxima ficava nem a cinco minutos e era espetacular, foi a única praia onde vimos areia, apesar de escura, e a única onde tínhamos pé durante muito tempo.

O único problema do nosso atraso foi o que veio a seguir. Queríamos ter aproveitado mais a ilha e a praia e não tivemos muito tempo. O ferry era ás 11.15h e demorava cerca de 50m a chegar à ilha, sendo que da ilha até à praia em questão tínhamos de apanhar um autocarro que demorava cerca de 40/50m, e como queríamos ir para Zadar ao final do dia, não podíamos apanhar o ferry das 20h, mas tínhamos de apanhar o ferry das 18.30h, pelo que tínhamos de sair da praia às 16.30h, porque era o horário do autocarro. Então tivemos pouquíssimo tempo na praia, mas nada que nos preocupasse. Gostamos sempre de começar o dia cedo, muito cedo até, para aproveitar tudo com o máximo de tempo e sem pressas, mas também somos muito relaxados quando estamos de férias.

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(o pôr do sol visto do ferry à chegada de Split)

Saímos de Split perto das 19h e rumamos a Zadar, sempre com o google maps. As autoestradas da Croácia são muito boas e muito semelhantes às nossas, mesmo os limites de velocidade, rondam sempre entre os 100 e os 130km/hora. No entanto, se pensam visitar a Croácia, e fazer algo deste género, preparem-se porque as viagens são muito longas e extremamente cansativas, principalmente para quem conduz. Aconselho mesmo a conduzirem duas pessoas se possível, fica mais caro no aluguer do carro, mas há um equilíbrio. A viagem de Split a Zadar foi muito longa, quase 4 horas, e chegamos tarde a Zadar, já rondavam as 22.00h. Ao organizar a viagem percebemos que poderíamos chegar tarde a alguns sítios, então enviamos email a todos os apartamentos a informar dessa questão, para evitar problemas.

Queríamos ir a Zadar ver o órgão do mar, a saudação ao sol, e o tão badalado pôr-do-sol. E valeu muito a pena! No dia que chegamos só conseguimos passear pela marginal e dentro das muralhas, porque chegamos de noite. No dia seguinte, passamos a manhã no centro histórico e, durante a tarde, fomos a uma praia próxima. Ao final do dia voltamos a Zadar para o pôr do sol. Foi dos momentos mais bonitos da nossa viagem! Aliás, um dos momentos mais bonitos da viagem, foi na noite que chegamos a Zadar, a primeira vez que ouvimos o órgão foi inexplicável, porque é mesmo bonito. Não estava ninguém na rua, aqueles momentos muito calmos das cidades turísticas, não passava ninguém na marginal, e o mar estava calmíssimo. Quando começamos a ouvir a música do órgão nem parecia verdade, porque o mar quase que não se mexia. Zadar valeu muito a pena, mas mal sabíamos o que nos esperava! Ficamos apaixonados por Zadar, não sabíamos que cada sítio nos ia roubar o coração de forma tão diferente. Em Zadar, o apartamento já não era tão bem situado, mas era lindo e fomos muito bem recebidos pela anfitriã, que falava melhor francês que croata.

 

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( a "praia" que encontramos em Zadar, com uma piscina natural onde estavam a treinar pólo aquático, desporto muito comum em terras crotas)

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(uma das entradas para o centro histórico de Zadar)

 

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(em Zadar, um dos corta caminhos que nos levou à praia anterior)

 

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(o centro histórico de Zadar)

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(qualquer fotografia é incapaz de mostrar a magia deste lugar e deste pôr-do-sol, porque o que o torna mágico é a música do mar. Mas cá fica uma fotografia do que dizem ser o mais bonito em Zadar, o pôr do sol)

 

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(a saudação ao sol)

Saíamos de Zadar nesse dia, ao final do dia, já rondava as 22h em direção aos tão famosos lagos de Plitvice, e mais uma vez a viagem não foi rápida, demoramos cerca de 3h30m a chegar. A viagem de carro até Plitvice é como entrar num país diferente, porque deixamos de ver o mar ao nosso lado e passamos a ver montanhas. Saímos de Zadar com 29C e chegamos a Plitvice com 8C, foi um choque térmico grande para quem ia de t-shirt, calções e chinelo de dedo. Ficamos num apartamento perto dos lagos, muito confortável e bonito, e na manhã seguinte, bem cedo, lá fomos. Compramos os bilhetes online, e a hora de entrada era entre as 9h e as 10h. Compensa começar os parques bem cedo, para se acabar relativamente cedo. Existem várias rotas, visto que o parque é enorme, e optamos por fazer uma rota intermédia, a Rota C, que passa pelos lagos inferiores e superiores, e ronda os 8/10km. Os lagos Plitvice são paragem obrigatória da Croácia, é só isso que tenho para vos dizer, vale cada centavo do bilhete, que não é propriamente barato, mas é lindo! A natureza no seu estado mais puro e intocável, porque é notória a preservação e conservação do local.

 

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(sempre achei que fosse mentira, mas não é, é muito real e é lindo! Esta fotografia foi a nossa entrada nos parques e ficamos logo fascinados!)

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De Plitvice a ideia inicial era partir para Dubrovnik, mas a viagem de carro eram quase 5h, e como tínhamos de passar a fronteira da Bósnia, e não o queríamos fazer de noite, recuámos na ideia. Procurámos, então, outros sítios agradáveis para ficar uma noite mais perto de Dubrovnik. Encontramos no mapa Markarska, que basicamente se divide em duas zonas muito turisiticas: Brela e Baska Voda. O nosso apartamento era em Brela, o Villa Bose, mesmo em frente ao mar, com uma vista linda e a proprietária foi só espetacular. Foi o sítio que mais gostamos de ficar e se soubéssemos tínhamos lá ficado mais tempo. Quando se leva poucas expectativas, é o que mais nos surpreende. É o sítio que mais recomendo, porque é absolutamente lindo! Em Brela não há muito para conhecer, só as praias, se querem uns dias só de praia, apostem em Markarska! Chegamos novamente de noite, perto das 21h, só tivemos tempo de jantar e voltar para o apartamento. No dia seguinte, tomamos o pequeno almoço na varanda do quarto, e fomos aproveitar o resto do dia na praia.

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(a vista do apartamento)

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(as prais em Brela)

 

De Brela, partimos para Dubrovnik, a viagem de carro já não foi tão longa, e desta vez fizemos a viagem toda pela nacional, que oferece paisagens de cortar a respiração. Saímos de Brela perto das 16.30h, queríamos passar na fronteira de dia, e chegar relativamente cedo a Dubrovnik. Ainda paramos na Bósnia para tomar café e recarregar energias, e chegamos a Dubrovnik ao final do dia, rondava as 20h.

Quando reservámos os apartamentos enganamo-nos nas datas e falhou-nos um dia em Dubrovnik. O primeiro apartamento não era reembolsável e já não dava para alargar uma noite, porque estava esgotado. A única opção foi reservarmos outro e assim o fizemos. Passamos três noites em Dubrovnik, em dois apartamentos diferentes. O primeiro apartamento foi, talvez, o pior em que ficamos. Perdeu por algumas coisas, ganhou por outras, mas se fizer um balanço foi o mais fraquinho. Gostamos muito do segundo apartamento, apesar de longe do centro histórico.

Em Dubrovnik apaixonámo-nos, não tanto pela cidade em si, não somos fãs de GOT, mas pelo pôr-do-sol que vimos. Somos apaixonados pelo sol e pelo mar, e os três dias que passamos em Dubrovnik permitiram-nos ver dos pôr-do-sol mais bonitos da nossa vida. E, gostamos de Dubrovnik, mas não nos roubou o coração como Brela, ou como Zadar, ou até como Split, e sei que somos estranhos por dizer isto. Quem já esteve na Croácia dirá certamente o contrário, mas são os nossos factos, identificamo-nos mais com Split do que com Dubrovnik e as suas multidões. É uma cidade extremamente cara, os preços chegam a ser mesmo exorbitantes.

Para visitar a cidade compramos o DubrovnikCard para um dia, rondou os 30€ por pessoa, o que nos permitiu passear por cima das muralhas e ofereceu-nos descontos nos restaurantes onde almoçamos e jantamos, além de que permitia usufruir de todos os transportes públicos. Aproveitamos o último ponto para voltar para o apartamento. Tinha outros descontos que não usufruímos, como descontos nas lojas de souvenirs, e em museus e tours.

 

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(o pôr do sol na viagem para Dubrovnik)

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(a entrada nas muralhas de Dubrovnik)

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(Para os fãs de Game of Thrones acho que esta imagem vos diz alguma coisa!)

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(o primeiro pôr do sol em Dubrovnik ao som das andorinhas)

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(Dubrovnik à noite)

 

De Dubrovnik, fomos passar a última noite a Trogir, sítio estrategicamente escolhido, nem nós sabíamos disso, por ser muito pertinho do aeroporto. Chegamos a Trogir ao final do dia, vimos o por do sol pelo caminho. Aproveitamos a manhã do último dia para passear por Trogir e comprar as lembranças que nos faltavam, e de Trogir ao aeroporto de Split foram menos de 5 minutos de carro. Trogir fez-nos lembrar em parte Split, mas em menor escala, mas gostamos muito da pequena cidade, das muralhas, do porto.

 

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(Trogir, pequenino, mas charmoso, gostamos muito)

Questões importantes sobre a Croácia:

  1. Alugar carro é importante para este tipo de férias. Só dificulta o estacionamento. Não sentimos dificuldade nenhuma nisso, porque não nos importamos nada de andar mais um bocado. Fizemos um equilíbrio entre deixar o carro longe e os parques de estacionamento, que são caros.
  2. A moeda não é o Euro, e ao contrário do que li, não é muito fácil encontrar sítios que aceitem o euro. Por isso, levem Kunas, a moeda croata, que apesar de desvalorizada, não faz o país ser barato. Pagamos quase sempre com multibanco, aliás preferíamos sítios que aceitassem multibanco, e coisas pequenas fomos pagando com kunas, ainda assim tivemos de levantar dinheiro duas vezes. Porque, por exemplo, para comprar souvenirs, ou água, compras pequenas em minimercados usávamos a kuna.
  3. O país não é barato, apesar de se sentir uma discrepância enorme entre Dubrovnik e o restante país. É, efetivamente, a cidade mais cara.
  4. É um país muito limpo, pelo menos achamos isso, nunca vimos lixo no chão ou nas praias, só nalgumas zonas de Dubrovnik, derivado também do movimento dos barcos.
  5. O café é bom, a cerveja também, a gastronomia é maioritariamente influenciada pela italiana. Até os restaurantes típicos tem pizzas e massas na lista. Se querem comer típico perguntem, foi o que nós fizemos, e assim fomos comendo algumas coisas típicas, mas nada que nos seja muito estranho.
  6. Setembro foi uma ótima altura para irmos, apanhamos calor todos os dias, mas não aquele calor insuportável. O tempo estava agradável. Além disso, não apanhamos aquele turismo em massa.
  7. A Croácia tem muito para oferecer, é um destino de praia, mas não só, tem praias lindíssimas e a temperatura do mar é do melhor, é muito morninha, mas refresca. Mas, também tem muita história para conhecer e descobrir e cada cantinho é melhor que o outro. Já as praias, não esperem encontrar praias como as nossas, com areais enormes e areia branca. O melhor é levar uns aquashoes, para não fazermos figuras de bailarinos, como vimos algumas pessoas.
  8. Conclusão das conclusões, se forem à procura de praia esqueçam os principais pontos turisticos, Brela e Baska Voda são boas opções, zonas calmas, com turismo, mas não em massa. Se gostam de confusão e turismo em grandes massas, apostem em Dubrovnik, ainda assim achei suportável).

 

A Croácia valeu muito a pena, voltaremos um dia de certeza visitar os sítios que nos faltaram! Soube-nos pela vida estas férias, foram mais do que merecidas, uma lufada de ar fresco, e agora é juntar, poupar e pensar nas próximas!

 

Grécia, Israel ou Chipre? Digam de vossa justiça, porque estamos a aceitar todas as opiniões e sugestões!

 

 

"A felicidade é de como se viaja e não do seu destino.”

Roy M. Goodman

 

25
Jan19

Para 2019

mudadelinha

Bem sei que 2019 já começou há uns dias, mas nunca é tarde.

2019 promete ser um ano muito positivo, também vou fazer por isso, trago comigo algumas das resoluções e dos objetivos de 2018, e tenho outros novos para este ano. Tenho grandes e pequenas resoluções para este novo ano, novos objetivos e desafios, novos sonhos, e querendo ser realista cá vão elas:

  • Tornar-me finalmente advogada, se passar no exame final em junho e acabar com estes horrores de ser estagiária, que já está a dar comigo em doida, e começar a pensar no a seguir, porque não é só passar no exame.
  • Conseguir viajar pelo menos 3 vezes, se forem duas já não me queixo, e uma dentro do nosso país, e conhecer novos países, cidades e sítios. Estou a planear uma viajem à Polónia já para o inicio deste ano, estou muito curiosa para visitar Cracóvia e os campos de concentração. Esta viagem foi fazê-la com uma amiga à partida, e com o L. estamos a pensar visitar a Eslovênia e a Croácia, mas ainda andamos a estudar as melhores opções e os melhores preços, também é uma opção ficarmos só pela Eslovênia.
  • Tirar um curso de inglês como deve ser e quando digo ‘como deve ser’ é um curso intensivo, onde possa aperfeiçoar as técnicas, o vocabulário, onde aprenda a sentir-me mais à vontade com esta língua, que me dê um certificado para o currículo e que me abra portas novas.
  • Começar a praticar exercício físico, e estou a pensar inscrever-me na natação. Pratiquei natação durantes longos anos, nunca foi um desporto que me motivasse, mas na falta de mais tempo e pela necessidade de praticar desporto, vou apostar nisso. Ando a tentar convencer o L. a vir comigo, mas ele ainda tem menos tempo que eu.
  • Ir a um festival de verão que já sei qual é e investir mais na minha cultura: concertos, teatro, cinema.
  • Renovar aos bocadinhos o meu armário. Já destralhe quase tudo, mas a partir de agora quero apostar apenas em roupa que precise para trabalhar e para a minha profissão. Deixei de ter peças de roupa ‘só de andar em casa’, ou ’só de fim de semana’, porque só ocupa espaço e só me faz ter vontade a vestir, o que não pode ser.
  • Continuar a poupar, ando a meter de lado 5€ por semana, ou seja 20€ por mês, além das outras poupanças que já tinha, e tem corrido bem.
  • O maior objetivo deste ano é conseguir o meu espacinho com o L., não sei se estou a ser muito ambiciosa, mas estou com esperança e com um feeling que é este ano, e vamos lutar muito por isso.
  • Além destas que são as resoluções maiores, decidi este inverno, tentar não me dar tanto ao frio e tomar medidas neste sentido. Estas medidas passam principalmente por dormir com menos roupa e andar com menos roupa no meu dia-a-dia, optar mais por lenços e cachecóis do que por golas altas, e para já tem corrido bem, tenho-me sentido bem, não tenho sentido frio e ainda não fiquei doente este inverno.
  • Ler e escrever mais, vamos lá ver se é este ano. Não cumpri o objetivo de ler mais em 2018, mas vou tentar novamente em 2019.
  • Ver mais filmes.

 

Tudo parece alinhado, com força, dedicação e muito esforço, espero que as coisas se alinhem e espero cumprir todos os objetivos.

 

 

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(a imagem é daqui)

 

 

 

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