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Coisas (des)Interessantes

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21
Mar13

Dura Praxis, Sed Praxis: experiências #1

mudadelinha

Volto a falar sobre este assunto, porque acho que é importante exteriorizar as minhas experiências e, mostrar o quão importante elas foram no meu percurso académico e, para mim enquanto pessoa.


A praxe é um conjunto de actividades extracurriculares, que visa a recepção e integração dos alunos mais novos, nas faculdades em que ingressam. É um assunto polémico, talvez pela sua subjectividade, porque envolve muitas pessoas e, todas as pessoas são diferentes, por isso é impossível que as praxes sejam iguais, a nível nacional.  A praxe pode contribuir, por norma, para novas amizades, quer colegas do próprio ano, ou colegas mais velhos.


Não sou da opinião que o percurso praxístico sirva, exclusivamente, para conhecer ou integrar pessoas. A verdade, é que facilita esse processo, a muitos alunos. Mas, para se conhecer pessoas e, criar amizades, não é preciso a praxe. A isso chama-se um processo de socialização, que estamos todos envolvidos, ao longo das nossas vidas.

 

Penso que é preciso muita sorte, como em tudo na vida. Sorte com as pessoas com quem nos encontramos, com as pessoas que nos rodeiam. Nesse aspecto, fui uma sortuda, porque na minha praxe, essas pessoas incutiram-me valores indispensáveis para a minha vida, para o meu percurso escolar, impuseram-me situações reais, que me ensinaram algo, muito além da praxe.


Tinha 18 anos quando entrei na faculdade e, considerava-me já uma mulher, minimamente crescida e adulta, que já sabia tomar as minhas decisões e, optar por aquilo que achava correcto. Preparada a nível emocional e sentimental, para quatro ou cinco anos de faculdade, com pessoas que não conhecia de lado nenhum. Quando entrei na faculdade não conhecia ninguém, há quem tenha sorte de conhecer uma ou duas pessoas, de lá ter dois ou três colegas da turma. Eu não tive essa "sorte", felizmente. A minha mãe sempre me disse que na faculdade não há amigos, que no mínimo eu iria encontrar a minha amiga da faculdade, que me acompanharia o curso todo e, que seria para o resto da vida. Eu não tinha noção do que seria a praxe, não conhecia ninguém que me dissesse onde era, que me dissesse que podia experimentar, vi-me sozinha no meio de uma multidão de gente, que não conhecia. Entrei na praxe, como caída de para-quedas e, decidi experimentar.


Logo no meu primeiro dia de praxe, o dux chamou-nos a todos, porque queria falar connosco sobre alguma coisa importante. Lembro-me de ele ter dito que, ao contrário do que as pessoas pensam, a praxe não é s+o para aqueles alunos que não estudam e, andam na faculdade a brincar e, ele era o exemplo disso. Dizia ele que "Nunca reprovei a uma disciplina, nunca fiz um exame de recurso que não fosse para melhoria. Licenciei-me nos quatro anos pedidos, mestrei-me nos dois anos a seguir, e doutorei-me no ano que me inscrevi e, actualmente estou a trabalhar e, no entanto sou dux e, nunca faltei a uma sessão de praxe!". Naquele dia lembro-me, ainda, de ele nos prometer e, se responsabilizar pela nossa segurança e, pelos valores que nos seriam transmitidos. Ao longo de três anos, a praxe ensinou-me a valorizar o melhor e o pior de cada um, a partilha, a amizade e a compaixão. O melhor de cada um, porque cada um que me praxou, quis que eu aprendesse qualquer coisa com a sua experiência: que seguisse o seu exemplo e, não cometesse os seus erros. E, que quando chegasse a minha vez, que fizesse o mesmo e, ensinasse o mesmo que me ensinaram a mim. 


Arrisco-me a dizer que a praxe é, pura e simplesmente, uma partilha de valores e de experiências. A praxe não serve para humilhar, ou para humilhar. A praxe deveria servir, acima de tudo, para ajudar! Vivi momentos maravilhosos na praxe, ri, chorei e, quis fugir muitas vezes. Mas aprendi que, só sente a praxe, quem a presencia! Hoje, sou eu quem tem a oportunidade de ensinar aos mais novos, o que me transmitiram a mim. Procuro, através de mil e uma maneiras, transmitir-lhe que a praxe não é tão má, quanto parece, só precisam de se divertir. 

 

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