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Manter um blog vivo e activo é tudo menos fácil. E digo-o por experiência própria. Já desapareci meses seguidos deste pequeno cantinho, basta ver o meu arquivo. Há alturas que não sei o que lhe hei-de fazer, o que hei-de escrever (este é sempre o problema, e não é só meu, eu sei). Já pensei em desistir, várias vezes... Pensei em chegar aqui, eliminar tudo e, depois logo se via. O blog fez em Dezembro um ano e, ainda por estas casas ando.
Mas... a maior parte das vezes o que mais me custa, não é o conteúdo do post, é mesmo que título dar. Sou a única com esse problema? E é que depois, não gosto de deixar os posts "sem título". Normalmente, o que faço é escrever primeiro e, depois é que penso no título. Mas, como se há-de reparar os meus títulos são tudo menos chamativos ou criativos.
Eu não tenho um diário, mas tenho muitos blocos de notas. Estou agora a olhar para a minha mesinha de cabeceira e, tenho três lá pousados. Cada um com coisas diferentes mas, em regra, há sempre um que anda comigo. Escrevo lá ideias, aponto músicas, filmes, séries, livros e, desabafo. Escrevo aquilo que me vai no coração. A maior parte das vezes fico admirada comigo própria por ser tão reservada relativamente a alguns assuntos. Vocês, quem me lê, sabe o meu nome e, não vejo problema com isso. Até acho que já partilhei por aqui uma fotografia minha. A questão está na minha abertura, ou na minha maneira quanto a assuntos da esfera pessoal. Tenho passado um mau bocado, quer a nível pessoal mesmo, quer amoroso, familiar e, então quanto a amigos nem se fala. Mas... quantas vezes já falei disto aqui? Quando escrevo aqui sobre alguns desses assuntos, nunca dou a entender aquilo que concretamente se passa e, não sei o porquê. Ando a tentar ultrapassar esta barreira porque sei que se "falar" sempre que preciso, tudo correrá muito melhor. Se passar os meus pensamentos do bloco de notas para este separador, alguém irá ler e, alguém irá comentar e, por muito que diga o que não quero ler, será muito mais fácil!
Parece que vamos ter uma semaninha de sol! Logo quando não vou puder sair de casa, porque vou ser operada aos olhos a próxima terça, é que o S.Pedro traz sol!
Boa semana*
Estou à mais de duas horas com este separador aberto, com ideia do que vou escrever, mas sem saber como começar. Parece que já comecei, o segredo está se vou conseguir continuar até ao fim. Desejem-me sorte. À um par de dias que quero escrever sobre isto, que todos os anos, por esta época, me invade os pensamentos, o coração.
Não sei se alguma vez por aqui disse que morei mais de quinze anos perto do mar. Mesmo em frente ao mar, dizendo melhor. Guardo inúmeras recordações de infância, até porque cresci ali, naquele sitío, longe do mundo. Não creio que muitas pessoas possam dizer isto e, ás vezes, não sei até que ponto não fui uma sortuda por isso. Tenho, sobretudo, saudades de ouvir o mar, de adormecer a pensar no mar e, sonhar com isso. Quando era criança era muito imaginativa, adorava histórias, inventava as minhas próprias histórias, vivia na minha própria história.
Todos os anos, desde que tenho memórias, quando chegavam os primeiros raios de sol, o meu pai levava-me ,todos os dias, a molhar os pés, a correr na praia, a jogar bola ou, simplesmente, a apanhar beijinhos e búzios. E, é disso que tenho saudades. Tenho saudades de ter aquele mundo à frente dos meus olhos todos os dias.
Sei que fui uma sortuda, que sou aliás uma felizarda. Mas, não consigo conter as saudades do cheiro, do barulho, das ondas, de tudo. Guardo um respeito e um carinho inagualáveis por aquela força da natureza, vi muita coisa, tive medo muitas vezes, mas sempre soube que se o tratasse bem, ele não me fazia mal. Foi isso que me ensinaram, Na minha ingenuidade infantil, fazia conchinha com as minhas mãos, enchia-as de água, dava-lhes beijinhos e, despejava a água. Dizia-lhe que gostava muito dele e, despedia-me. No dia seguinte, sabia que voltaria a fazer o mesmo.
É este sentimento que falta a muitas pessoas, este respeito, ou até medo, como muitos lhe chamam. Um dia, talvez mais próximo do que aquilo que penso, quero que os meus tenham a mesma sorte. E, quero continuar a minha vida perto dele, porque sei que lá sou feliz, é o ar que respiro e, que tão bem me faz.
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