Tens de te começar a decidir é que passo-te a explicar. Estamos a menos de um mês da primavera e tudo bem que o mês de Fevereiro costuma ser fresquinho, é o inverno a acabar. Fresquinho (disse bem!) não gelado. Há três dias atrás pensei que já estava a chegar a altura de tirar a roupinha de primavera de dentro das gavetas e gavetões, porque decidiste presentear-nos com uns dias de solinho e algum calorzinho e depois de um dia maravilhoso como foi no domingo, mandas-nos com um frio que pensei que estava nalgum pesadelo.
Estou seriamente a pensar no próximo inverno hibernar, mas depois penso "Não podes, tens mesmo de ir trabalhar!". Então pensei que a melhor solução será refugiar-me num país tropical e ficar por lá, enquanto tu não decides se gostas mais de calor ou de frio.
Estou farta de parecer um chouriço, atolhada de roupa, gorro, cachecol, meias, mantas e afins. Juro que hoje tive os pés sempre gelados. E o meu cérebro não tem a tendência de funcionar muito bem quando os meus pés parecem cubos de gelo.
Posto isto, não fico à espera de resposta, fico à espera de calor
Um destes dias, depois de me despedir do L. com alguns beijinhos, uma amiga, que já não nos via há algum tempo, estranhou aquela atitude e brincou “Ai, tanto amor!”. Tenho-vos a dizer que fico nas horas com estas brincadeiras, mas depois entendi. Ele lá foi trabalhar e quando fiquei sozinha com ela, envergonhada lá perguntou “Isso ainda é tudo amor? Ainda estão apaixonados?” Limitei-me a anuir com a cabeça, porque não gosto muito de falar sobre isso, e ri-me envergonhada. Achei estranha aquela situação, aquela pergunta, mas ela ainda desconfiou e voltou a perguntar “Estás a brincar ou estás mesmo?”. Ela não percebeu - pensei - e voltei a sublinhar, num tom mais duro e confiante “sim, estou, estamos!”.
Estou mesmo, não estou em tom de brincadeira. Podemos ter os maiores problemas do mundo, discutir e amuar muitas vezes, chorar também faz parte, nem sempre corre tudo de feição. Não são sempre beijinhos, abraços, sorrisos, gargalhadas, chocolates e morangos, mas é a maior fatia do bolo. Aliás, as desavenças que, normalmente, temos resumem-se, sempre, a qual das casas vamos almoçar, jantar, lanchar. É sempre relacionado com isso.
E até não somos muito parecidos, só somos parecidos no gosto por dormir, acho que o maior passo está dado. Temos sempre opiniões diferentes sobre tudo, andamos sempre às turras, mas sou completamente apaixonada por aquele ser-humano. Namoramos há quase três anos, mas parece que foi ontem. Sinto-me como no primeiro dia e as pessoas acham isso estranho. Não o acho e não o sinto, faço questão de o mostrar e de o dizer todos dias. Demonstro-o intuitivamente, com uma mensagem, com uma chamada, com um “amo-te” ou com algum dos nossos insultos. Faço questão de lhe mostrar isso diariamente para que nunca se apague esta chama que acho tão bonita e tão saudável. E às vezes parece mentira, parece um sonho tornado realidade. Mas, não acho que seja um sonho, uma relação constrói-se, vão-se dando pequeno passinhos e cada um colhe esses pequenos passos.
As pessoas estranham isso. As partes constroem a relação, não tenho dúvidas nenhumas disso. E cada vez acredito mais que o amor é uma planta que se rega. Se lhe deres atenção todos os dias, ela é a flor mais bonita do teu jardim. Se só te lembrares dela de vez em quando ela murcha. E se te esqueceres dela… ela morre.
Fico triste quando reparo que as pessoas não acreditam no amor dos outros, porque também desacreditei durante muito tempo. O meu bateu à minha porta e sei que é ele, e acho que foi sorte, mas independentemente de sorte, vamos construindo uma relação todos os dias. Todos os dias são dias de cultivar amor.
A música da semana. E é linda. Admito que tenho um carinho especial pelos dois, mas tenho seguido e admirado muito o trabalho da Carolina. Acho que é uma promessa da música portuguesa, é linda e tem um dom especial para fazer músicas como esta.
Para quem ainda não ouviu ouçam que vale muito a pena! A música é da Carolina Deslandes com o Rui Veloso e chama-se Avião de Papel e é linda.
Acredito que existam mais Jacks que, de momento, não me recordo.
Mas, o último admito que roubou-me algumas lágrimas. Muitas digamos. Foi o único. É daquelas personagens que, porra, faz-me sonhar com um pai assim para os meus filhos! Isso não se faz.
Nunca dei muita importância a esse dia, a essa comemoração, quer com namorado, quer sem namorado. É um dia que me passa completamente ao lado, principalmente, se andar atolhada com trabalho, ou com estudo, ou com outra coisa qualquer. Felizmente, o L. nisso pensa como eu e a verdade é uma, ele está sempre a trabalhar nesse dia, mesmo que fosse nossa intenção fazer alguma coisa nunca o conseguiríamos. O que acontece é termos ou o dia seguinte ou o dia anterior, mas nem por isso damos.
O que fazemos nesse dia é o mesmo que fazemos noutro dia qualquer. Porque se tivermos oportunidade, jantamos juntos, vamos ao cinema, vamos passear, ficamos no sofá a tarde toda a ver filmes e comer pipocas (ou batatas-fritas, quando não há pipocas e não nos apetece ir comprar!).
Este ano, já vinha a pensar na ideia há muito tempo, já tinha visto o vídeo milhares de vezes e até já tinha comprado as cartolinas. Mas,lá está, não era por ser para o dia dos namorados. Nem sei se vou aguentar até lá, porque sou sempre a mais ansiosa quando tenho alguma coisa para dar (mais do que quando tenho para receber). Andava a atrasar a ideia, passou o natal, passou o ano novo, entretanto chega o dia dos anos dele, já era para ser o ano passado e nada, nunca tinha tempo para fazer isto. Hoje lá foi! Não ficou perfeitinho mas está muito fofinho. Eu adoro estas coisas, principalmente porque adoro fotografias e recordações com fotografias, e sei que ele também gosta. Sei que dá muito mais valor a estas pequenas coisinhas, neste caso feita por mim mas até podia não ser, do que se lhe der uma camisa, um relógio, um telémovel. Como andamos sempre a dar molduras simples com fotografias (aquela prenda fácil de dar ao namorado!), pensei que era giro fazer uma coisa diferente.
Não mesmo trabalho nenhum, super fácil e barata que acho que interessa também, pelo menos a mim interessou-me.