Já disse muitas que, na minha opinião, parece fácil ter um blog, quer dizer é uma tarefa agridoce, não é que seja difícil, mas também não é fácil quando se leva isso de forma séria, como um compromisso. Quando criamos e construímos um blog fazemo-lo com um propósito e é só seguir esse fim, estabelecer assuntos que gostamos, organizar tarefas e escrever sobre isso, é preciso criatividade e inspiração.
O mundo blogosférico é cada vez maior e encontramos blogs para todos os gostos e feitios, e ainda bem, porque também acho que os blogs fazem parte da nossa cultura e transmitem muito e bom conhecimento.
Além do conteúdo são muitas outras as razões que me levam a procurar e a ler frequentemente um conteúdo:
Vou voltar a referir o conteúdo e os assuntos que se abordam, porque acho que isso é o fundamental, quando me identifico com um blog e com o conteúdo que lá se partilha é mais fácil e mais prazeroso procura-lo diariamente e tornar-me seguidora dele.
Gosto de me identificar com a pessoa ou pessoas que escrevem. Também já falei por aqui que cada vez mais sinto que é fácil encontrar blogs onde o que se partilha é superficial e não conseguimos encontrar a identidade de quem o faz porque não está lá, não está naquilo que escreve nem naquilo que partilha.
A escrita, claro. A forma como se expõe o conteúdo e o assunto no blog reflete muito do seu propósito e da sua finalidade. Acho que erros ortográficos é uma coisa que cada vez mais se encontro e apesar de alguns não serem perdoáveis, pelo menos para mim, quando há um esforço da pessoa que o faz é justificável, porque todos já demos erros, eu já os dei e continuo-os a dar, mas ando constantemente a tentar não o fazer.
Podia dizer muitas outras coisas que me fazem gostar de ler um blog mas se um blog tiver estas três quase de certeza que me faz adorar lê-lo, tal como um livro. Para mim o fundamental mesmo está no identificar-me com o que a pessoa está a escrever e não quero com isto dizer que tenho de concordar ou gostar de tudo, muito pelo contrário, uma das coisas que mais gosto me dá é ler opiniões contrárias à minha. Grande parte das vezes faz-me pensar nas coisas de forma diferente e acho isso delicioso, quando acabo de ler uma determinada coisa e penso “Aprendeste alguma coisa!” e acreditem já me aconteceu muitas vezes.
Previamente sabia que a minha futura profissão exige algumas formalidades, sobretudo ao nível da aparência e se há coisa que me irrita é isso, porque nunca fui dada a essas formalidades. É engraçado porque de há uns anos para cá a minha mãe chateia-se comigo porque não me arranjo rigorosamente nada, mas aprendi isso com ela, porque se há pessoa simples essa pessoa é a minha mãe.
Esta simplicidade em relação à minha aparência leva-me a uma luta psicológica e física diária porque não gosto de me maquilhar, não gosto de camisas, não gosto de sapatinhos e sandálias, não gosto de colares, anéis, brincos, pulseiras e então saltos altos é uma coisa que não faz parte de mim nem do meu guarda-roupa. Se tiver dois ou três sapatos de salto é muito! Nem de pintar unhas gosto! Por mim, andava todos os dias de calças, sapatilhas e uma camisola qualquer que goste, se tiver bonecos melhor. Começo mesmo a achar que é por causa desta luta que tenho atrasado destralhar o meu guarda-roupa, porque sei que quando o fizer vou precisar de me livrar de metade da roupa que tenho para não cair na tentação de a vestir quando me apetece. Quantas menos camisolas com bonecos tiver melhor, é esse o pensamento. Mas, para já, ando a atrasar porque me vai custar imenso e vou ficar perdida ao fazê-lo, é a roupa com que me identifico diariamente e é a roupa que enfio ao fim de semana ou quando não estou a trabalhar A minha mãe e a minha irmã dizem que, relativamente a este assunto, parei de crescer no secundário e que acho que ainda lá ando e que posso andar sempre de all stars, calças e t-shirt, que se pudesse até andava com uma eastpak. Ainda o que me transtorna mais é a maquilhagem, mas passa-me ao lado porque nem me preocupo, nunca me maquilho e é mesmo fácil, só muito de longe a longe é que ponho qualquer coisa e quase sempre para esconder as olheiras que se apoderam dos meus olhos.
Não tem sido muito fácil, mas acho que o conviver com pessoas que se arranjam mais acaba por influenciar, e tem influenciado bastante. No inicio do ano (letivo) aproveitei o fim dos saldos e fui comprar algumas peças que me faziam mesmo falta como um blazer preto, calças de sarja que nunca usei, algumas camisolas só de uma cor, comprei também um casaco, e coisas assim. Chorei o meu dinheiro porque não precisava de comprar nada daquilo se pudesse andar como gosto, mas não. Precisei mesmo de uns dias para me convencer que ia precisar de o fazer.
Nos últimos tempos o Pinterest tem sido o meu melhor aliado nestas andanças e aprendi que posso conseguir um estilo elegante, mas confortável, sem precisar de andar de saltos altos, camisas e blazers todos os dias. Primeiro porque ninguém me exige que eu ande assim todos os dias, e segundo porque não gosto, não me identifico e parece que perco a minha verdadeira identidade. Foi um alívio quando me apercebi disso e até a minha mãe me tem elogiado, quer a forma como me tenho vestido, quer nas pequenas compras que vou fazendo para completar o guarda-roupa.
Depois a luta passa por encontrar as peças que quero a preços acessíveis, porque recuso-me a gastar fortunas em roupa, outra das coisas que aprendi com a minha mãe.
Para quem passa pelo mesmo que eu quero só dizer que é possível, eu é que não o sabia, e o Pinterest tem sido o meu melhor amigo neste assunto.
A título de exemplo alguns dos looks que me tem inspirado - todas as imagens foram retiradas do pinterest:
Até nem sou uma pessoa com gostos muitos estranhos, mas ainda tenho alguns, ou alguns hábitos estranhos.
A primeira coisa estranha que partilho e que acaba por se tornar um gosto estranho que influencia tudo o resto: adoro morangos, se me derem morangos eles desaparecem rápido, mas não gosto de nada com sabor a morango, com exceção de uma coisa: o Compal de morango e melancia. Portanto, iogurtes, compotas, receios, gelados, sumos, gelatina, e coisas afins de morango, tirem da minha beira por favor, porque só o cheiro me enjoa.
Este primeiro leva-me a um segundo: sou muito esquisita com derivados de algumas frutas. Por exemplo, eu adoro maçãs e bananas, mas se me derem um sumo de maçã eu não gosto, ou se me derem um iogurte de banana eu também dispenso.
Adoro cereais com iogurte ao invés de leite, porque me tira muito mais a fome do que se for com leite e sabe-me muito melhor diga-se,
Não sei bem como surrgiu a ideia deste post mas achei engraçado partilhar estes desastres naturais. Temos sempre alguma coisa que não fazemos bem, que não gostamos, que somos naturalmente trapalhões e desastrados. Quer dizer, eu sou naturalmente desastrada e trapalhona com tudo mas com estas coisas são exageradamente mais.
Para cantar, mas andei em aulas de canto até aos 15 anos mais ao menos, mas quem me ouve a cantar foge.
Para ginástica, era aquele desporto que nas aulas de educação física dispensava mesmo. Eu ria-me de mim mesma com tanto jeito que tinha para dar cambalhotas e coisas parecidas.
Para pintar, desenhar, trabalhos manuais. NUNCA gostei, nunca consegui fazer bem, também nunca me esforcei muito porque não gostava muito. Ter aquelas aulas de EVT era massacrar-me, quando me livrei daquilo foi um alívio.
Admito, para matemática. Detestava matemática e, ainda hoje, fazer contas simples de cabeça é um tormento, mas esforço-me.
Dançar. Nem sequer me vou desenvolver muito porque dança e eu é uma coisa que, definitivamente, não combina bem.
Identificam-se com alguma? Sou só eu? Ou há alguma que não esteja por aqui?
Sou uma pessoa de sorriso muito fácil e, normalmente, bem - disposta. Gosto muito de ser recebida com um sorriso, com uma palavra simpática, com educação e bom-senso e gosto muito de retribuir isso, de dar um sorriso, uma palavra simpática, de mudar o dia de alguém, porque um sorriso muda o dia de muitas pessoas à nossa volta, até o nosso. Um sorriso esconde muita coisa, mais do que gostaríamos até, é a maneira mais fácil de escondermos a nossa história, a nossa dor, o que estamos a sentir, mas por outro lado, há dias que não é fácil sorrirmos para quem quer que seja. Costumo receber toda a gente com um sorriso, seja no trabalho, seja em casa, sejam amigos ou desconhecidos. Se vou ao supermercado levo um sorriso comigo, à farmácia, ao hospital, ao talho, a quase todos os sítios. Quando me retribuem com má educação ou com arrogância é que a coisa muda de imagem, mas até aí às vezes prefiro continuar a sorrir. Também é a melhor resposta para essas pessoas e para a antipatia e arrogância.
Mas, bem, estou para aqui a enrolar porque há situações que nos mostram que vale a pena todo este esforço, mesmo nos dias maus. Um dia destes, já foi há pelo menos três semanas, eu estava a trabalhar na faculdade numa conferência, costumo fazer o check-in das pessoas que se inscrevem e distribuir os diplomas e certificados, e nestas conferências costuma haver um pequeno intervalo para lanche, entre 15 a 30 minutos normalmente. E, às vezes, à entrada da sala ou do auditório, a empresa que explora o bar da faculdade monta um lanchinho, com bolos, biscoitos, bolachas, café, sumo, chá e coisas parecidas.
O dono do bar não é das pessoas mais simpáticas do mundo, nem gosto muito de fazer favores, anda sempre a resmungar, mesmo com os funcionários. Mas, no fim do intervalo dessas conferências, deixam-me sempre tirar umas bolachas e chá ou sumo para mim. Numa dessas vezes, não houve lanche, quem quisesse lanchar ou tomar café ia diretamente ao bar porque aquela hora estava aberto e eu até tinha lanche, mas acabei por ir comprar um sumo e qualquer coisa para comer, não me estava a apetecer comer aquilo que tinha na mala. Quando me volto a recolher ao meu local de trabalho, vejo o dono do bar a vir na minha direção com um copo de chá e um saquinho de papel cheio das bolachas e biscoitos que gosto. Fiquei sem reação inicialmente, ao que lhe disse que não era preciso, que eu tinha acabado de ir comprar lanche. Mas, a reação do senhor foi tão simpática que eu fiquei mesmo sem palavras, e ele disse “Oh a menina é sempre tão simpática e anda sempre cheia de fome, lembrei-me de si porque hoje não houve lanche!”. Bem, não sei se fiquei a pensar na parte de andar sempre cheia de fome (shame on me!) ou na parte de que sou sempre muito simpática.
Sei que o senhor foi embora e eu pensei “É por esta e por outras que vale sempre a pena sorrir, ser educado e simpático!”. Ganhei ali o meu dia com uma atitude tão simbólica, mas que significou tanto.