A melhor forma de acabar o mês de Maio foi um destaque da Sapo, a um post que me é muito querido e que saiu diretamente do coração, como todos saiem aliás. Um muito obrigado, veio alegrar estes últimos dias que não têm sido fáceis.
Bom feriado e que o mês de Junho seja bom e mais simpático que Maio!
Sempre sonhei muito durante os meus sonos e adorava saber interpretar sonhos, às vezes é cada um melhor que o outro. Acordo sobressaltada, ando dias a pensar naquilo e não sei o seu significado. Grande parte das vezes a minha mãe diz-me para ter calma, que herdei isso dela, e que há sonhos maus, mas que também há sonhos bons. Em quase todos os meus sonhos entram sempre as mesmas pessoas, mas há uma que está sempre lá: o meu avô. Eu acho que os sonhos são avisos e muitas vezes refletem as minhas preocupações.
Comecei esta fase no inicio do ano e nunca, mas nunca mesmo, pensei que o fosse conseguir, porque sempre fui muito apegada a tudo, a todas as lembranças, a todos os papeizinhos, coleções que tinha, e a toda a tralha que tinha acumulado ao longo de todos estes anos. A verdade é que me tenho sentido muito mais leve, muito mais calma e tranquila, quando penso que todas essas recordações, memórias, papéis, caixas e afins, estão no lixo, e as importantes estão guardadas na minha memória e no meu coração.
Quando comecei esta grande arrumação, comecei pelas minhas estantes, pelos meus livros, pelas caixas enormes que tinha de papéis, e logo nessa primeira fase consegui estabelecer a linha do que me era essencial e do que não era. Fiquei apenas com as coisas da faculdade, voltei a separar tudo em capas, com o nome de cada disciplina, e deixei tudo à mão. Tudo o resto foi para o lixo e digo-vos que não foi pouco, foram sacos e sacos de lixo, e algumas caixas também. Quando olhei para as minhas estantes e para a minha escrivaninha, não parecia a mesma, mas senti que metade da minha vida tinha sido arrumada e organizada ali, no meio de todo aquele lixo.
Nos entretantos, já consegui arrumar a maquilhagem, os perfumes, as malas, bijuteria e, a parte mais difícil, a roupa. A roupa foi o que mais me custou, porque tenho sempre a ideia que daqui a uns anos posso usar aquela peça, que ainda gosto dela. Tentei afastar estes pensamentos e consegui fazer montes de roupa, que acumulava há anos e que não vou usar mais.
Esta arrumação a que me permiti trouxe-me muita coisa que pensei que nunca iria conseguir. Além de não ser apenas um destralhe material trouxe-me a possibilidade de ver que não precisamos dessas coisas para nada, e que metade do que acumulava há anos me trazia felicidade, bem pelo contrário. Ao conseguir perceber isso, sinto-me numa fase muito mais tranquila e calma, principalmente porque sinto que depois de ter conseguido isso vou conseguir tudo o resto, tudo a seu tempo é possível.
Depois de ter arrumado quase tudo, de ter imenso espaço livre, de apenas ter ficado com o essencial, de conseguir encontrar tudo quando preciso, espero não voltar a acumular e a seguir rigorosamente as regras que estabeleci: não comprar sem necessidade e em consequência comprar apenas o que preciso, acabar com tudo o que tenho e só depois comprar, usar aquilo que tenho e dar utilidade a tudo, manter tudo arrumado ou mais ao menos arrumado, e conseguir fazer duas ou três grandes arrumações por ano. Fazer listas tem sido a melhor coisa, mas também refletir bem sobre elas é importante.
Nunca pensei ser capaz, acho que ninguém pensou que o fosse sinceramente, mas fui.
E quando olho para o meu novo espaço sinto-me feliz. Agora é só manter e continuar.
Esta publicação tem spoilers, pelo que se não querem saber, não leiam até verem a série.
Já o tinha dito por aqui que achei “13 reasons why” um pequeno murro no estômago. Vi a primeira temporada passado pouco tempo de a série ter sido lançado e não fazia ideia de que ia existir uma segunda temporada. Considerei a série espetacular e fora do comum, por abordar temas difíceis, pelo desfecho da série, mas também pelo crescimento das personagens. São poucas as séries que me fazem criar um sentimento de amor-ódio pelas personagens e esta foi uma delas. Até aqui só Anatomia de Grey o tinha conseguido e pela mistura destes sentimentos não tenho, nem nunca tive, uma personagem preferida nesta série, porque cada temporada, cada episódio que via, faz-me ter um carinho diferente por cada um. Exemplo disso é a personagem principal Meredith Grey, nunca soube se gostava ou não dela. A verdade é que foi uma personagem criou respeito ao longo da série, e é nesse patamar que ela está neste momento.
Adorei a primeira temporada de 13 reasons why e por mim a série tinha ficado por ali, não havia muito mais a contar, mas decidi dar uma oportunidade à segunda temporada. Comecei há poucos dias e já a acabei. A minha mente não pensava em mais nada nos últimos dias, principalmente depois de descobrir o romance entre Zach e Hannah. Devorei a série até perceber que já só me faltava o último episódio.
A série faz-nos pensar num conjunto de problemas que afetam a nossa sociedade e enganem-se se acham que estes problemas são típicos da América e dos Estados Unidos. Estes problemas afetam qualquer comunidade estudantil, seja nos Estados Unidos, no Brasil, na Bélgica ou em Portugal. Claro que devem ser todos abordados de forma diferente e concreta, mas ao ver esta série apercebo-me que ainda há muitos assuntos tabus e que se evita determinados assuntos e temas por, simplesmente, não se querer falar deles, ou por acharmos que eles não existem ou que são uma realidade distante.
Voltando à série, gostei imenso da série, tenho noção que é uma série chocante, principalmente a segunda temporada, tem partes que simplesmente passei à frente sou sincera, por não conseguir ver. Mas apreciei a forma como trouxeram histórias novas à série e como conseguiram estabelecer um contraditório entre as personagens. Se na primeira temporada acabamos com uma ideia, com um sentimento de revolta, na segunda temporada coloca-se a dúvida se realmente tudo se passou daquela forma, ou se há determinadas situações que foram omitidas, e são muitas dessas omissões que são descobertas e contadas.
A música que partilho hoje fazia parte da banda sonora do filme do Homem-Aranha e eu era pequena quando vi esse filme, não sei precisar bem a idade que tinha quando fui ver esse filme ao cinema com os meus pais, por isso é uma música bem antiga. Como muitas outras músicas, esta persegue-me desde então, é uma das músicas da minha adolescência. Sempre que faço uma limpeza às minhas pastas de música sou incapaz de a eliminar, porque a verdade é uma ouço-a todos os dias e adoro-a.