Prendas de natal é um assunto sério, ou não. Nunca compliquei muito este assunto, aliás, da mesma forma que pouco tenho para receber, pouco tenho para dar. A minha família é pequena, somos sempre os mesmos seis nestes dias, o que não me incomoda nada, e nunca impusemos a tradição de darmos prendas de natal. Os meus pais desde uma determinada altura deixaram de se preocupar com isso, porque nos dão prendas bem maiores durante todo o ano, e os meus avós dão a mesma coisa às duas netas. Em contrapartida, nunca demos nada, nem aos meus pais, e aos meus avós damos em família. Normalmente, um de nós compra alguma coisa, que se baseia sempre em roupa, porque é o que eles normalmente precisam mais, e damos em conjunto. Sem grandes complicações, sem grandes problemas, sem se gastar muito dinheiro, e sem grandes alaridos.
A mesma coisa quando começamos a namorar. A única pessoa a quem tenho de dar uma prenda, mas também não ligamos muito a isso, é ao L. Quanto à família dele, que já é bem mais numerosa que a minha, damos sempre às mesmas pessoas e, até agora, temos dividido, porque nos fica mais em conta dividirmos e é mais giro, mas são sempre miminhos simbólicos. Com exceção da afilhada dele, que tem neste momento 2 anos. Nunca sabemos o que havemos de dar, e se até agora íamos a um shopping e decidíamos rápido, este ano essa tarefa está mais complicada. Brinquedos é o que toda a gente vai dar, a miúda fica entupida de brinquedos, metade é para destruir e a outra metade, também é para destruir. Roupa é sempre a nossa opção porque nos perdemos no meio de roupa de criança, mas se há coisa que ela não precisa é de roupa. Então, ficamos ali sem ideia nenhuma do que lhe dar este ano, porque ela recebe mesmo muita coisa. A minha única ideia seria comprar-lhe roupa em tamanhos maiores, ficaria já para o próximo ano, ou pelo menos, para o próximo verão. Mas, o risco de fazer isso, é se a roupa nunca lhe chega a servir e depois não dá para trocar nas lojas porque passou o tempo de validade. Andamos perdidos nesta tarefa, mas ainda nem vimos grande coisa, e logo eu que gosto de despachar este assunto de forma rápida e com muita antecedência.
Este ano o meu lema para as prendas de Natal é, além de poupar e não gastar muito, dar o meu toque pessoal em tudo o que me for possível. E sempre gostei muito de trabalhos manuais e de coisinhas feitas à mão, acho que tem um sentido muito especial quando recebemos uma prendinha feita à mão, porque tempo é dinheiro e naquele objeto/prenda está tempo perdido daquela pessoa a pensar em nós. Decidi então começar, com muita antecedência, a pensar nisso e o que estou a preparar já o queria fazer há muito tempo, que se baseia num álbum de fotos, que dá para encher de ano para ano, ou seja podemos sempre dar mais fotografias. Mas, não têm noção do trabalho que me está a dar, tenho perdido os fins de semana a fazer isso, até porque quero dar um à afilhada do L. e um ao L., e ele só sabe do dela como é lógico, porque é uma prenda dos dois. Então, na Primark encontrei uma capa de argolas A5, perfeita para aquilo que estava a pensar. O próximo passo é aproveitar as folhas da capa, porque é um planner, logo traz algumas folhas lá dentro e aproveitá-las para molde nas cartolinas, e nas cartolinas então colo as fotografias, que ainda nem escolhemos, vamos escolher cerca de 10 fotografias com a afilhada dele, porque ela faz anos em Fevereiro e aí voltamos a dar-lhe mais fotografias para o álbum.
Quanto à prenda dele, ando completamente sem ideias, porque não queríamos gastar muito dinheiro, mas ao mesmo tempo queria ser original. O L. é muito esquisito com roupa e calçado, não usa relógios, porque não gosta, e perfumes ainda tem o primeiro que lhe dei. Ou seja, tudo o que seja uma prenda minimamente normal é para esquecer. Andava com ideias de lhe oferecer uma viagem, para os dois como é lógico, mas com os horários que temos até isso fica complicado.
Quando terminar o álbum de fotos dou novidades, mas acho que vai ficar muito giro, e ela pode não dar valor agora porque é muito pequena, mas vai dar quando for maior e vir as fotografias com o padrinho e comigo. Quanto às restantes prendas logo veremos, queria despachar isto o mais rápido possível e evitar ir para as lojas, seja que tipo de loja forma, perto do Natal.
(esta imagem não é minha, é retirada algures do pinterst)
Sempre ouvi dizer que a música que ouvimos conta muito do que somos e não podia concordar mais com isso. Desde que namoro com o L. que andamos sempre a mostrar músicas um ao outro porque, simplesmente, adoramos ouvir música e conhecer artistas novos. E da mesma forma que ele passou a ouvir música que eu gosto, eu também passei a gostar de música que ele ouve. No sítio onde ele trabalha tem música ambiente e, grande parte das vezes, é ele que a mete e, às vezes, é engraçado porque chego lá e está a dar música que lhe mostrei, e que ele até torceu o nariz quando lhe mostrei, mas que acaba por gostar. Chego lá e fico admirada, muitas vezes digo "Fogo, isto é Passenger, afinal gostas de Passenger?" e ele ri-se. Outras vezes brinca e diz-me "Não, eu só te vi a chegar e vim meter isto, não é que goste, foi só para te agradar!", o que eu sei que é mentira, porque outras vezes já estou lá e está a dar música que eu gosto e que fui eu que lhe mostrei.
A última que ele me mostrou e que até era uma banda pela qual não nutro grande sentimento foi esta. Apaixonei-me pela melodia à segunda ou terceira vez que a ouvi e agora ando viciada.
Bem, isto não é uma história fofinha, nem lamechas, muito pelo contrário, é uma história engraçada, para perceberem o que uma mulher atura com homens e para perceberem o namorado que tenho, porque as pessoas acham que sou maluca e que ele é um santo.
Expliquem-me qual seria a vossa reação quando o vosso namorado sai muito atrapalhado o carro porque o botão das calças rebentou, porque ele se esticou para ir buscar qualquer coisa ao lugar do passageiro? Ah! E não tinha cinto, sim porque essa foi a melhor parte.
A reação dele valeu por todas. Ele sai do carro e eu estava a tagarelar qualquer coisa (como sempre!) e ele simplesmente não me respondia, ao que eu exclamo "Fogo, amor, estou a falar para o tecto, não me respondes?". E ele estava muito sério a olhar para baixo, parecia que estava à procura de alguma coisa que tivesse caído ao chão, mas não. Olha para mim muito atrapalhado, parecia literalmente uma criança, como se eu fosse gitar com ele ou qualquer coisa parecida, e eu volto a dizer-lhe "Que se passa? Está tudo bem contigo?" e ele faz-me aquele olhar como a mandar-me olhar naquela direção, mas eu não percebi, ao que ele me diz num tom de voz engraçado "Oh amor saiu-me o botão das calças e agora? Não tenho cinto, as calças vão-me cair! Acho que devo estar qualquer cosita mais gordo."
Olhei para ele com uma vontade enorme de me rir, tentei perceber a aflição dele, mas não consegui controlar-me e ri-me tanto. Fui o caminho todo a rir-me até ao Senhor de Matosinhos, e ele estava super envergonhado porque estava mais gordo, e já tinha aquelas calças há imenso tempo e fui que lhas dei, e nunca lhe tinha acontecido aquilo.
Qual seria a vossa reação? Contem-me, porque eu só me ri.
Não me lembro do momento exato que conheci o L., já foi há muito tempo e não foi amor à primeira vista, antes tivesse sido. Conheci o L. porque ele trabalhava num lugar perto de onde eu trabalhava e já tinha trabalhado no mesmo sitio pelo que partilhávamos amigos. Mas pouco falava com ele, ouvia falar muito dele e de como ele era quando trabalhava com eles, mas nunca tinha falado muito com ele, também porque ele não aparecia muito por aqueles lados. Na altura que deixou de trabalhar naquele sitio a relação com os patrões não acabou muito bem e ele, então, raramente, aparecia, mesmo para ver os amigos. Quando o conheci ele namorava e eu também, mas ficou sempre uma relação engraçada por causa dessa coincidência e por já termos os dois trabalhado no mesmo sitio, apesar de nunca termos trabalhado juntos.
O L. é das melhores pessoas que conheço, sem ser suspeita (vou continuar a ser!), mas mesmo antes de gostar dele sabia disso. O L. é um rapaz que irradia luz porque está sempre bem-disposto, tem sempre uma boa palavra para toda a gente, está sempre a brincar e cativa todos os que o conhecem pela humildade e naturalidade que transmite, é a maneira de ele ser e de estar e sei que não sabe ser de outra forma. Somos um bocadinho diferentes nisso, ele é a pessoa mais descontraída, mais calma e bem-disposta que conheço, muito mais que eu.
Quando nos conhecemos ele já namorava há algum tempo e eu também, nunca imaginamos que um dia os nossos caminhos se pudessem cruzar, mas cruzaram-se e sou grata por isso todos os dias. Continuamos sempre a trabalhar nos mesmos sítios, mas quando a relação dele terminou, ele começou a sair mais com os amigos, que eram os meus colegas de trabalho e começamos a passar mais tempo juntos, porque os amigos eram os mesmos. Bem, começou tudo aí. Aliás, começou tudo em setembro, numa saída no fim de um dia de trabalho e o L. estava num estado muito engraçado e só dizia asneira, tanto que nem ele se lembra desta passagem. No meio de tudo o que fez, andou a noite toda a chatear-me e a dizer-me “Eu gosto muito de ti sabias? Tu não te acreditas, mas é verdade!”, como é lógico não me acreditei em nada e a uma determinada altura da noite até fugia dele com medo do que ele ia dizer a seguir.
Aquilo passou, quando lhe falei naquele dia ele nem se lembrava de metade, por isso vamos só imaginar o estado em que ele estava. Mas continuamos a estar juntos, a ir tomar café com amigos, a sair com os restantes do grupo. E tudo começou assim, às vezes mandava-me mensagem só a mim para ir tomar café com ele, outras mandava-lhe eu a ele, sempre como amigos porque até aqui nunca tinha pensado nele de outra forma. Sempre que saíamos à noite ou que estávamos num sitio com música ele pegava em mim para dançar (eu, que sou horrível a dançar!) e começou assim. Sei que a uma determinada altura o cheiro do perfume dele acompanhava-me diariamente e aquele perfume mexia comigo e sabia, perfeitamente, que já sentia alguma coisa, não sabia se ele também.
Andámos meses naquele clima, e nunca tive qualquer problema em avançar, mas não sabia se devia, mas um determinado dia ganhei coragem e acabamos por nos beijar. Não sei bem o que foi aquilo, no meio de tanto medo, eu soube que era ele e, por mim, o tempo tinha parado naquele dia. Fiquei sem saber reagir, ele principalmente, mas no dia seguinte voltamos a estar juntos. Ninguém sabia do que se tinha passado, nenhum dos dois queria contar a ninguém porque não sabíamos o que ia sair dali, por isso era muito melhor deixarmos só para nós. Mas, no dia seguinte, voltamos a estar juntos e quando me vinha embora, sem ninguém ver, ele deu-me um beijo na cara, e eu voltei para trás e eu dei-lhe outro, em forma de despedida.
Começou assim, andamos meses sem contar a ninguém, aliás nós nunca contamos a ninguém, mas já não sabíamos esconder aquilo que tínhamos. Andamos meses que só estávamos juntos ao sábado e nunca fomos de falar muito por mensagens, era muito raro trocarmos uma mensagem como deve ser, as poucas vezes que o fazíamos era com bonecos ou com brincadeiras parvas.
Às vezes falamos e brincamos com determinadas situações, rimo-nos e ele pergunta-me quando é que soube que estava apaixonada por ele e, sinceramente, desde sempre. Acho que soube desde inicio, mas custou-me a acreditar que estava mesmo. Ele diz que não sabe, mas que provavelmente foi quando nos beijámos, porque nunca mais esqueceu aquele momento, possivelmente porque fui eu que ganhei coragem para o fazer.
A melhor parte, aprendemos sempre a respeitar o espaço um do outro, ele comenta muitas vezes que era o maior dele e confesso que era o meu também. Gostamos imenso de fazer tudo juntos, de namorar, ir ao cinema, jantar, almoçar, lanchar, passear, sair à noite, mas também gostamos imenso de ter o nosso espaço e nosso tempo sozinhos, ou com os nossos amigos, e sempre compreendemos e respeitamos isso. Quando é difícil falamos, e tentamo-nos compreender o lado de cada um, não temos por hábito virar costas só porque sim, ou só porque ele acha que não e eu que sim, damos a cara e falamos sobre os nossos problemas. Olho para nós e penso que temos conseguido construir uma relação bonita, sempre com base no que sentimos um pelo outro e continuo-me a achar uma criança quando olho para ele, porque sinto-me como no primeiro dia e, todos os dias, agradeço-lhe por ter aparecido e por me ter feito acreditar novamente no amor, deu-me muitos novos sentidos.
Ando para escrever sobre este assunto há séculos, mas quando começo a escrever não me sai nada, porque nunca sei em concreto o que quero falar. Pensei então começar por escrever como decidimos, escolhemos o sítio, os nossos medos e afins, para depois contar a viagem propriamente dita. Um aviso importante: a história destas férias remonta a 2016, finais de outubro, inícios de novembro, mais concretamente.
Namorávamos há dois anos e tínhamos trabalhado o verão todo juntos e ao longo de todo o verão só o ouvia dizer “Este ano quero ir de férias!” e andava sempre com isto, bastava falar-se em férias, praia e sol e ele dizia sempre o mesmo. Nunca tinha ido de férias com ninguém, namorado, amigos, sozinha, só com os meus pais e uns amigos dos meus pais, pelo que não conta, porque de forma independente nunca o tinha feito, ao contrário dele que já foi de férias com os amigos mais que uma vez. Então, custava-me a crer que fossemos a algum sitio, porque o meu orçamento era realmente baixo naquele ano e não me podia por a sonhar com férias, se bem que todos os dias pensava na hipótese, mas parecia-me sempre demasiado remota. Até porque naquele ano tudo indicava que ele teria férias muito tarde para podermos ir fazer praia para um sítio económico. Quando começamos mesmo a por hipótese de irmos a algum lado, os sítios que nos surgiam eram incertos pela razão que mencionei, estávamos em finais de outubro, inícios de novembro, e arriscarmos em sítios como Palma de Maiorca, Menorca, Tenerife, Canárias e outros que pensámos era como darmos um tiro no escuro, porque o clima nesses sítios naquela altura já não era para se fazer praia e apanhar sol. Tentei convence-lo a fazermos umas férias diferentes e cheguei mesmo a ver preços para cidades europeias e fazermos uma viagem mais cultural, mas ele nunca cedeu, teimou até à última que queria praia e sol, o que até me agradava porque naquele verão quase que não tinha feito praia e porque adoro.
Lembro-me perfeitamente do momento em que dei de caras com a viagem que acabamos por fazer e da minha reação. Deixei até à última a decisão se íamos ou não a algum lado fora de Portugal, eu estava cheia de medos, normais de quem nunca foi de férias com o namorado e com ninguém mesmo. Quando me decidi que queria ir de férias, que tinha orçamento para isso, que podia estar descansada com isso, lá comecei a ver preços. Aliás, antes de começar a ver os preços, vi as datas e comecei a fazer uma suave pesquisa meteorológica, apesar de incerto acabou por me dar umas luzes se teríamos alguma sorte ou nenhuma. A melhor hipótese parecia ser Palma de Maiorca, os sites indicavam que estaria sol todos os dias e apesar de não estar um calor de morrer, a temperatura rondaria os 20/25ºC, o que me pareceu muito bom para a altura.
Numa das minhas muitas pesquisas, encontrei uma viagem, nos dias que queríamos, que achei muito barata, 170€ (acho!) para os dois. O voo para Palma era direto e num horário razoável e o voo para o Porto tinha uma escala de um dia em Madrid, que pensei que podíamos aproveitar a oportunidade para conhecer Madrid, já que nenhum conhecia e naquela escala tínhamos mais que tempo para o fazer. A viagem encontrava-se aquele preço, suponho, pela altura e por serem os últimos lugares, diz uma pouco entendida no assunto. Acabou por ser aquela mesma viagem que compramos logo no dia seguinte e lembro-me perfeitamente de ter recebido o email de confirmação da companhia aérea e ter pensado “Vamos mesmo! Oh meu deus como é que vai ser?”.
Foi a nossa primeira viagem a dois, para um país que não o nosso, e com todas as incertezas possíveis à mistura. Digo-vos que o meu principal medo e penso que o dele também era que não nos dessemos bem, ou que fossemos completamente incompatíveis em qualquer coisa que desconhecíamos. E esse era mesmo o meu principal medo. Já tínhamos ido passar um dia ao Gerês só os dois, já tínhamos ido a Dornes no anterior e até passamos lá a noite, mas uma coisa é passar um dia, uma noite, outra é passar 5 dias com a mesma pessoa, eu pelo menos acho que são coisas diferentes.
Ele acabou por tratar do hotel, e foi também a primeira vez que trabalhamos com o Booking, mais um medo à mistura. Todos nos diziam que era muito seguro, mas até termos a nossa experiência não sabemos se é ou não. Felizmente foi e ficamos mesmo felizes com isso, adoramos o hotel, os funcionários, a limpeza, a localização, a comida, o pequeno almoço, tudo, e não ficou nada caro que foi o que mais nos satisfez. A escolha estava mais que aprovada!
Hoje rimo-nos disto, mas tivemos mesmo MUITA sorte para quem foi de férias para Palma de Maiorca em Novembro, porque apanhamos 4 dias de praia maravilhosos e no último dia começou a chover quando estávamos já a chegar ao hotel para vir embora. Fizemos praia todos os dias e o único senão era que o dia já era muito pequeno, começava a anoitecer perto das 16.30h/17.00h e à noite arrefecia um bocadinho, mas andamos todos os dias de calções à noite e todos os dias íamos molhar os pés ao mar porque a temperatura da água era maravilhosa.
Adoramos Palma, diz-se que não devemos voltar aos sítios onde já fomos felizes, mas estamos ansiosos por lá voltar. Fomos muito felizes em Palma e concordamos os dois com isso, por nós tinhamos lá ficado, mas é tão bom voltar a casa também. Numa próxima vez espero contar os que andamos por lá a fazer nos ¾ dias que lá estivemos.
Esra fotografia é do meu telémovel e é das minhas preferidas.