A saga de um estágio de advocacia (primeira parte de muitas)
O estágio de advocia é como se fosse automático depois da licenciatura em direito. Tira-se uma licenciatura em direito e a saída mais fácil, mais rápida e que funciona quase que automaticamente é inscrevermo-nos na ordem dos advogados, começarmos o estágio e sermos advogados. Antes de tudo, a brincadeira não fica barata, para me inscrever paguei setecentos euros (limpinhos!), mais vinte e cinco euros para pedir a certidão de nascimento no registo, a acrescer a cinco euros pelo certificado do registo criminal. Depois, ser advogado(a) não é o sonho de todas as pessoas que estudam direito, bem pelo contrário, não é o meu. Mas, adiante.
Quando começei a escrever neste blog queria, previamente, que ele não fosse um sitío onde viesse apenas contar as coisas boas e maravilhosas que me acontecem. Há dias maus, há dias que nada corre bem, que nada corre como queremos e sobre os quais precisamos falar e escrever. Escrever para mim é a saída mais fácil, não tenho um grande leque de amigos nem de pessoas com quem possa falar frequentemente sobre tudo o que me acontece.Vai daí que conto-vos esta minha experiência.
A aventura não tem sido fácil, bem pelo contrário, tem sido dificil, rochosa, desinteressante e uma desilusão. Nada que não soubesse atenção, mas que decidi dar o benifício da dúvida. Vá-se lá saber mas às vezes podia correr bem e gostar daquilo. Mas não. Sinto o olhar de desilusão e de reprovação da família e amigos quando me perguntam se estou a gostar e a minha resposta é automática, fria e cruel "Não estou a gostar!". Os meus pais, que têm lidado com esta fase tanto como eu, são as pessoas que mais me têm apoiado, e o que seria de mim sem eles nestes dias? Eu que me estou sempre a queixar, que nunca me dei propriamente bem com eles, discutimos e gritamos, mas são sempre eles que lá estão para me atender o telemóvel a qualquer hora, para me ver e ouvir chorar, para me confortar e dizer que tudo melhora, para me dar força e dizer que o caminho não vai ser fácil, mas que nunca me vão abandonar.
Não tem sido fácil, espero que o vento comece a correr na direção certa, que me traga esperança mas, principalmente, que me traga certezas daquilo que quero fazer, daquilo que gosto, porque trabalharmos numa coisa que não gostamos é fustrante.
A aventura há-de continuar, aguardem novos capítulos. Sou uma pessoa otimista, não desisto ao primeiro obstáculo, mas desanimo.
É isso que tem caracterizado os meus dias e não tem sido nada fácil.