Destralhar - o que me tem custado mais
Não é novidade nenhuma por estes lados que estou a tentar destralhar e desapegar-me de quase tudo na minha vida, já comentei imensas vezes e tenho até partilhado as várias etapas pelas quais tenho passado. Uma coisa é certa, tem sido trabalhoso, não acontece de um dia para o outro, mas tem-me dado imenso prazer, principalmente sentir que afinal não preciso de metade da tralha e do lixo que tenho guardado.
Comecei pelo meu quarto, pela estante, pela secretária, pela mesinha de cabeceira e depois passei para os armários, que deviam servir só para arrumar e guardar roupa, mas não, estavam cheios de tralha. E a mesinha de cabeira nem vou falar.
Hoje venho partilhar aquilo que me custou mais, que pensei mesmo se queria deitar ao lixo ou não e o que me está a custar, visto que ainda não acabei, nem longe nem perto.
- Das primeiras coisas em que peguei, que estavam empacotadas há uns aninhos e cheias de pó diga-se, foram as papeladas dos anos do secundário e do básico. Testes, papéis, livros, revistas, cadernos, blocos. Aquilo que pensei mesmo guardar foram os testes, acho que são uma boa recordação, é sempre bonito mostrarmos aos nossos filhos, sobrinhos, a nossa letra bonitinha, aquele excelente a história e a português, mas para que é que preciso daquilo? Eram testes que nunca mais acabavam, precisava de uma caixa para guardar e era mais uma caixa a ocupar espaço. Fiquei apenas com alguns, uns três ou quatro se tanto, e o restante deitei tudo ao lixo. E que alívio, menos uma caixa a ocupar espaço!
- Já a nível digital, tinha cds, dvds, vídeos, fotografias de uma vida armazenadas há anos. Quando comecei a limpar aquilo até me vieram as lágrimas aos olhos, porque já não me lembrava de metade. Não quero ter coisas guardadas que não me lembro, ponto número 1! Esta é mesmo a regra! Custou-me mesmo fazer essa limpeza e claro que não apaguei quase nada, custou só estar ali a ver tudo direitinho, cd por cd, dvd por dvd. Perdi uma tarde toda nisso, até porque passei tudo para o meu disco e depois no disco fiz a limpeza final, apagar o repetido, apagar as fotografias mal tiradas que só servem para ocupar espaço. Tudo o resto, que não me servia de nada, meti ao lixo. Fiquei apenas com algumas coisas que vou conseguir reaproveitar e fazer coisas giras com elas, que depois quero partilhar por aqui.
- Logo nos primeiros dias, quando comecei a mexer nos livros, decidi que não precisava de metade dos livros da faculdade que tenho, tenho imensos livros repetidos, porque estão sempre a desatualizar, então os códigos nem se fala. Tenho dois ou três códigos do trabalho, mais três comerciais, enfim. Dinheiro perdido e espaço mal aproveitado. Só em relação aos livros da faculdade é que fiz isto, sou incapaz de fazer isto aos outros, fiz um mega resumo dos livros que preciso diariamente e dos que estão atualizados, e de 7 prateleiras na estante, consegui passar para 3. Senti-me orgulhosa quando olhei para a estante!
- Ainda não comecei esta última fase, mas sei que vai custar porque já me conheço. A roupa, o calçado, os acessórios e afins. Acho que, às vezes, guardarmos determinadas peças é vantajoso, porque são peças que hoje não usámos com tanta frequência, mas que daqui a uns anos podemos identificarmo-nos novamente com elas, e não as metermos ao lixo ou despacharmo-nos delas é bom porque não precisamos gastar dinheiro outra vez, aprendi isto com a minha mãe que tem roupa guardada há 20 anos, que uso agora. A nível da roupa gosto muito de ter este lema, mas a verdade é que acabo por ficar com coisas que nunca mais dou uso. E quero ficar apenas com o essencial, com aquilo que gosto e com aquilo que preciso, nada mais, e guardar apenas isso. Já sei que vai ser um dilema quando começar a arrumar a roupa e o calçado, o calçado nem tanto, mas a roupa dou mais novidades mais tarde, porque não vai ser fácil.