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Coisas (des)Interessantes

Coisas (des)Interessantes

06
Fev23

Os nossos essenciais para os primeiros meses

mudadelinha

(algures retirada do pinterest)

 

 

Fiz um apanhado dos meus essenciais na gravidez e à medida que o momento se aproxima, e depois de entrarmos no mundo da maternidade, somos inundados com imensa publicidade de coisas e coisinhas, para nós, para o bebé e nem tudo é essencial.

Acho que muita coisa depende de cada dinâmica familiar e muitas outras coisas vão depender do bébe que ainda não nasceu, por isso é um erro precipitarmo-nos. De forma completamente aleatória, mas vou tentar ter uma ordem temporal, vai ser impossível eu sei, vou tentar, o que foi essencial para nós até aos 3/4 meses:

  1. Para aquela primeira fase na maternidade, usamos tudo o que estava nas malas e fez-me falta camisas de dormir/pijamas adequados à temperatura. Na altura que tive o meu bebé estava imenso calor (finais de junho) e eu só tinha 1 camisa de dormir de manga comprida, era impossível sobreviver. Como moramos relativamente perto do hospital, os meus pais acabaram por me levar mais algumas que tínhamos em casa. Lembro-me de pedir comida que me apetecia imenso, porque a comida de hospital é que todos sabemos, e tive imensos desejos de coisas que não pude comer na gravidez.
  2. Não usamos praticamente nada do F. porque ele foi internado e na neonatologia tinham tudo. Ele acabou por usar apenas metade de duas mudas de roupa (usou só os interiores, ou seja, só uma camada de roupa porque estava muito calor lá dentro!), uma para o último dia que lá esteve e outra para virmos embora. Usou uma mantinha e uma toalha de banho.
  3. Era decisão minha amamentar, não sabia que ia ser tão difícil depois de uma cesariana e ele ser internado, mas queria muito e logo na maternidade foram-me úteis os discos absorventes de amamentação e as copinhas de prata. Usei bicos de silicone, mas foi o hospital que deu, se bem que acabamos por comprar até conseguir retirá-los, e compramos uma bomba extratora de urgência porque o F. ficou mais tempo internado que nós. Compramos a primeira que apareceu, dada era a inexperiência, e trouxemos uma da Medela que custou só 166€. Em relação à bomba são decisões que cabem a cada um. Tive uma gravidez muito saudável, nunca contei precisar de bomba de urgência, se quisesse jogar pelo seguro tinha comprado outra ou tinha procurado melhores preços. A bomba continua a ser-me muito útil porque já regressei ao trabalho, mas estive meses a fio sem usar porque o F. pegou muito bem na mama desde que nasceu.
  4. Para os primeiros meses, a nível da higiene do recém-nascido, pouco ou nada usamos, eram só compressas não esterilizadas e água, para a fralda e para o coto umbilical, soro fisiológico às vezes. Foi muito raro darmos banho, mas depois começamos a perceber que o banho o relaxava, então incluímos na rotina, mas a partir do 2º mês, por aí. E a nível de cremes não usamos praticamente nada. No 2º mês, a acne pré-natal teimava em não dar tréguas e comecei a meter um creme para pele atópica da mustela que resolveu de forma muito simples e rápida. Ainda usamos esse creme para tudo. Para a muda de fralda usamos o lineamento da uriage, que apesar de caro, funciona muito bem.
  5. As fraldas, ainda tenho esperança de conseguir fazer a passagem para as fraldas reutilizáveis, mas o F. nunca fez reação a qualquer tipo de fralda, de momento estou a usar as do Continente, que são as nossas preferidas.
  6. A nível de roupa, nas primeiras semanas pelo menos, era o mais prático possível. Babygrows de corpo inteiro, nada de camisolas ou peças que fossem de enfiar pela cabeça, muitos bodies e uma ou duas roupinhas mais bonitas para sair (mas é opcional claro!). A nós não nos fazia muito sentido ter tamanhos 0 porque já sabia que ele nasceu grande, o tamanho 0 serviu-lhe uma semana se tanto, a mesma coisa as fraldas, ele no hospital já usava o tamanho 1 de fraldas. E a nível da roupa queríamos mesmo o mais prático possível. Tivemos sorte porque ele nasceu em cima de muito calor, então pouca roupa usamos, ele estava sempre de fralda, dormia de fralda porque estava mesmo muito calor e para sair era o mais simples possível. No primeiro mês usamos babygrows de corpo inteiro, depois comecei a evitar as partes de baixo com pés cozidos, porque o F. sempre se mexeu imenso e achava que os pés o atrapalhavam, então prefiro calças sem pés e meias.
  7. Usamos bastante o sling e a mochila ergonómica. O sling desde o primeiro dia e a mochila a partir dos 2 meses mais ao menos, até porque eu encomendei-a antes de ele nascer e ela demorou imenso a chegar. Mas o sling foi e continua a ser muito usado. Ajudou muito nos primeiros tempos com as cólicas e com os arrotos de madrugada. Ele adormecia muito rápido e dormíamos todos.
  8. Comprei o next-to-me quando chegamos a casa da maternidade, porque tínhamos berço de grades, mas percebemos que não era o mais prático. Apesar de ele dormir 90% dos dias connosco até hoje, o next-to-me dá outra proximidade quando o queríamos colocar no berço. Foi um bom investimento, se bem que comprei-o usado no OLX, mas está como novo.
  9. Para a hora do banho, comprei uma rede na amazon para me sentir mais segura. Ele vai fazer 8 meses e ainda adora estar na rede e sempre adorou tomar banho. Usamos a banheiro do IKEA que foram os meus pais que ofereceram.

 

Estes foram os nossos essenciais, posso-me estar a esquecer de alguma coisa certamente.

Apesar de ainda nos acompanharem todos os que referi, a partir dos 3/4 meses começamos a ter um mini adolescente em casa que precisa de outras coisas, e por isso decidi dividir. 

28
Jan23

O que não nos contam sobre o pós-parto

mudadelinha

É como na gravidez, contam-nos muita coisa, e outras tantas tão importantes ficam por contar. Cada experiência é uma experiência é lógico, cada bebé é um bebé, cada mãe é uma mãe, mas gostava de ter sabido algumas coisas para me preparar de forma diferente.

 

Tive um pós-parto muito tranquilo, um pós-parto imediato quero dizer. Controlei-me muito para me manter sã, quis logo sair de casa, consultas, almoçar à sogra, receber visitas. Sou uma pessoa que precisa muito de apanhar ar e ver a luz do dia, andar ao ar livre, tomar um café e ver o mar, e o verão de 2022 foi muito sufocante. Já o sabia de antemão, o F. estava previsto nascer em inícios de julho, nasceu em finais de junho, tudo o que fosse noites quentes de verão, praia, cafezinho de final do dia iria ser muito diferente, mas na minha ideia esses momentos podiam existir com os devidos cuidados. Senti falta do Verão confesso, foram uns meses complicados. Senti falta de ver o mar, o pôr-do-sol, da esplanada, do calor e do ar puro. Acho que ter ficado em casa dos meus pais que não ajudou neste processo, o ter-me habituado a ter companhia para tudo (porque a minha mãe esteve de férias) fez-me acomodar para sair sozinha com um bebé.

Para mim, o período crítico no pós-parto imediato veio com a primeira mastite ao fim do primeiro mês, com uma infeção uterina logo a seguir e com fissuras nos mamilos ao mesmo tempo. Isso abanou-me um bocadinho. Quando dei pela mastite resolvida senti-me renovada, porque a recuperação da cesariana até foi tranquila.

O F. sempre foi um bebé muito calmo, de dormir bem e muito tempo seguido. Lembro-me de nas primeiras semanas nenhuma visita o ver com os olhos abertos e mesmo para lhe tirar fotos com os olhos abertos era difícil. Teve algumas passagens de cólicas, tivemos noites agitadas, mas foram duas semanas, descobrimos os segredos dele e lá conseguimos seguir o caminho.  Muito babywearing, muita maminha e muito colinho, ele dormia horas seguidas em cima de nós e que bom que foi. Dormia ele e eu adormecia com ele, recuperei muitas horinhas de sono assim.  Diria que a nível de sono os primeiros quatro meses foram relativamente fáceis, o pior começou depois. Entre os 2 e os 4 meses ele dormia praticamente a noite inteira, não acordava sequer para comer. A chegar os 4 meses teve a primeira bronquiolite e descambou tudo. Somou a isto a regressão normal dos 4 meses e medicação que tinha de ser dada de madrugada. A partir dali nunca mais conseguimos que ele dormisse a noite toda e, na mesma altura, regressei ao trabalho e ficou o pai de licença. A solução que encontramos foi pedir para ficar em teletrabalho, ir esporadicamente à empresa, e sempre consigo descansar mais alguma coisa.

Ninguém me contou que amamentar em exclusivo é a melhor coisa do mundo, mas a mais difícil também, pela disponibilidade que precisamos ter. Precisei descomplicar muita coisa na minha vida para poder amamentar sem preocupações. Ainda assim, apesar de sempre ter querido muito amamentar, para mim o melhor começou por volta dos 4 meses, quando eles começam a reconhecer-nos e a sentir o cheiro, e andam à nossa procura com as mãos. Essa ligação continua até hoje (vamos quase em 7 meses!) e é deliciosa. Ninguém me preparou para isso. Tem sido um caminho bonito, mas duro. Já ponderei muitas vezes, acho que todos os dias, comprar leite de fórmula, mas lá vamos seguindo caminho sem arrependimentos, e enquanto me for possível, estarei de maminha ao léu.  

Ninguém nos contou que as outras pessoas, família e amigos, criam expetativas sobre o nosso filho e sobre nós como pais. Porque raio temos de criar expectativas da forma como vamos lidar com os filhos dos outros, seja neto, afilhado, sobrinho, enteado, o que for. Essa tem sido uma luta diária, precisamos de encontrar o nosso equilíbrio.

Ninguém me contou que ia ser tão bom que chega a doer só de olhar para ele. Que de um momento para o outro as nossas prioridades mudam e que movemos montanhas para os ver bem e felizes.

A minha jornada da maternidade continua noutros capítulos, conforme o senhor meu filho autorize, porque agora é ele que manda.

(algures no pinterest mas nunca fez tanto sentido)

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