Não sou muito disto, nem paro muito para agradecer a um ano, porque não faz sentido, agradeço todos os dias à vida e faço por merecê-la. Mas 2022 foi um ano muito especial, duro, especial, bonito, foi um ano de muitas e muitas aprendizagens para a vida. Vou enumerar por ordem de acontecimentos:
2022 começou a notícia da minha gravidez. Assustados, mas felizes e preparados, foi assim que nos sentimos até ao F. nascer. Íamos ser pais de um menino.
Em fevereiro apanhei o maldito vírus covida-19, estava de 18 ou 19 semanas de gestação e ainda não sentia movimentos fetais. Desesperei que queria comprar um doppler fetal para ter a certeza que estava tudo bem com o bebé, até que no dia que faço as 19 semanas penso sinto qualquer coisa muito estranha na barriga e chamo o L.. Ficamos ali à espera que se repetisse e o L. diz “Senti! É ele!”. Estávamos encharcados em febre, cheios de dores de cabeça e de corpo, garganta também, entupidos em medicações. Passamos os restantes dias a olhar para a minha barriga, era o nosso passatempo favorito, tendo em conta que a nossa energia não era muita para quase nada.
Em Fevereiro ainda vejo realizado um dos meus principais objetivos: efetividade, um contrato de trabalho a tempo indeterminado! E naquela situação, conhecendo bem o panorama português no que toca a despedimentos de trabalhadoras grávidas, a renovação deu-me um alivio para começar a preparar a chegada de um bebé e para viver a gravidez com mais calma e tranquilidade.
Em Março, começa a cair-nos um bocadinho a ficha que estava a chegar um bebé, que não tínhamos nada pronto e que nem sabíamos em que casa estaríamos à data do nascimento, visto que tínhamos comprado casa em Novembro de 2021 e estava tudo atrasado. Não sabíamos se nos iriamos mudar em Maio, Junho ou Julho, e o F. estava previsto chegar em inícios de Julho. Começamos a stressar com aquele panorama, a minha mãe ia ajudando com o que podia, foi preparando um quarto para nós e para o pequeno caso fosse houvesse alguma emergência, mas nada foi preparado ao nosso gosto e organização (e a nível de organização admito que chorei muitas vezes, mas explico mais à frente).
Todos estes meses até Maio foram relativamente tranquilos, ia quase todos os meses ao Algarve em trabalho e preparar o estágio, mas tive uma gravidez muito tranquila, que me permitiu isso. Ao chegar às 35 semanas de gestação, ali a bater o início de Junho, comecei a stressar com as idas ao Algarve, ainda mais com as noticias do estado das urgências obstétricas no país, mas especialmente no sul. O exame era a 7 e 9 de Junho e o F. estava previsto nascer umas semanas depois, mas fazer o exame implicava ficar uma semana em Faro sem saber o que poderia acontecer. Caso ele decidisse nascer em Faro, não poderíamos voltar ao Porto no dia a seguir, teríamos de aguardar uns dias. Toda essa ponderação obrigou-me a parar e definir prioridades e a minha prioridade foi a minha gravidez e o bebé que estava a gerar.
Os finais de Maio e inicio de Junho ficaram marcados por estas decisões, nada fáceis, e pela mudança de casa. Não tivemos tempo de preparar nada da nossa casa, então ficamos temporariamente em casa dos meus pais, até termos tudo em ordem. No meio das mudanças, recebemos a notícia que estava com muito pouco líquido amniótico, que provavelmente teriam de induzir, mas aparentemente estava tudo bem comigo e com o bebé. Durante duas semanas, fomos dia sim, dia não ao hospital para ser vigiada e às quase 39 semanas decidiram induzir.
Junho foi o mês mais marcante do ano, dia 22 nasceu o F., de um parto induzido que terminou numa cesariana. Um momento respeitado para todos, mas que ainda não o resolvi bem, mas que aos bocadinhos lá vamos. Em junho, começou a maior aventura das nossas vidas, anda fácil, muito desafiadora, mas que vale totalmente a pena! Costumo dizer que a maternidade é uma lufada de humildade e é verdade.
Estar em casa dos meus pais, deu-nos uma suporte e apoio que dificilmente teríamos em nossa casa, mas foi difícil encontramos o nosso lugar enquanto pais, foi muito difícil, acho que continua a ser, mas vamos tentando e vamos conseguindo, com amor e respeito. Nem sempre é fácil, mas acho que a base é sempre o diálogo e a comunicação.
Em finais de Setembro, na consulta dos 3 meses, descobrimos que o F. tem um problema cardíaco genético e caiu-nos um bocadinho o mundo. Os primeiros dias foram complicados, mas procuramos ajuda e no meio da confusão encontramos a nossa calma, é resolvível, será feito cateterismo, é um procedimento simples e não invasivo, mas que assusta de qualquer das formas. Vamos sendo otimistas e positivos, porque é isso que temos de ser pelo pequeno, ele não merece o contrário.
Estes 6 meses foram de amamentação exclusiva e que orgulhosa me sinto por dizer isso, porque tem sido uma luta a contar noutra publicação. Era uma coisa que queria muito e que conseguimos, e está para manter o tempo que quisermos.
Dezembro fez 6 meses que o F. nasceu e uma semana antes começamos a tão esperada introdução alimentar, que falarei mais à frente também.
Em modo de resumo, 2022 foi um desafio que nos deu o nosso melhor presente. Sabia que era bom, não estava preparada para isto.
Fui atrás dos meus sonhos, a mais de 400km de casa e de tudo o que me é familiar. As palavras custam a sair, ainda pela mistura de emoções que vai aqui dentro. Decidi correr atrás dos meus sonhos, porque os meus me apoiam em tudo, o L. foi comigo numa viagem de 6h de comboio para lá e 6h para casa, na incerteza se uma simples entrevista ia correr bem ou não e a minha mãe nunca largou o telemóvel, ansiosa que a qualquer momento lhe ligasse. Numa quarta-feira ligaram-me, e na quarta-feira seguinte lá estava eu, firme daquilo que quero para a minha vida.
Saímos de Campanhã às 5.40h, para chegar ao Algarve às 12.10h. Comboio foi o melhor transporte que consegui, tendo em conta que foi marcado em cima da hora. A entrevista estava marcada para as 15h, pelo que deu tempo de darmos uma voltinha e almoçarmos descansados, sem pressas. Nunca tínhamos ido a Tavira, aliás foi a primeira vez do L. no Algarve e a minha em Tavira. Tivemos sorte com a metereologia. Saímos do Porto com chuva e frio, cheios de roupa, e chegamos ao Algarve com um sol maravilhoso e 20C, como tanto gostamos.
Estivemos quase uma hora à espera no café à frente do escritório, e aquele nervosismo irritante começou a fazer das suas. Já não me sentia nervosa para uma entrevista há muito tempo, ao fim de tantas que já fui, aquela era só mais uma, mas a muitos quilómetros longe de casa. Fui tranquila, como sempre tento ir, depois de lá estar, é só uma conversa sobre mim, nada de assustador. E a primeira pergunta não podia deixar de ser o porquê de estar disposta a tamanha mudança e a querer ir trabalhar para Tavira. A resposta é muito simples, assusta-me e sei que assusta todos à minha volta, inclusive o L., gosto de mudanças e de novas experiências, e a minha vida precisa de uma grande reviravolta. Se essa grande mudança está a 400km de casa, assim o será. São feelings que sinto, caso contrário não tinha ido.
É uma coisa que quero e que apesar de assustada, porque definitivamente ainda estou em pânico, sinto-me preparada para esta mudança e vão ter a oportunidade de a acompanhar aqui, porque tenho muita necessidade de escrever sobre isto e sobre tudo o resto que se tem passado na minha vida.
À partida só irei entre janeiro e fevereiro, e até lá preciso de tratar de muita coisa, inclusive de arranjar casa. A ideia inicial seria um quarto confortável e familiar, para pagar menos e poupar mais, mas a longo prazo iremos os dois (pelo menos a ideia é essa!), e não faz sentido estar a escolher um quarto, quando daqui a uns meses vamos precisar de T0 ou de um T1 para os dois, por isso prefiro já arrendar um apartamento ou uma casa pequenina.
Respiro fundo e sinto que é um recomeço, que há muito ansiava sabem? Quem me é próximo sabe disso, e para já só contei mesmo aos mais próximos, família e pouco mais. Estou feliz, porque finalmente vou começar a trabalhar na minha área, vou ter o meu cantinho, e estou feliz porque não vou assim para tão longe. Vou estar dentro do meu país, as pessoas têm a mesma cultura e a mesma língua, e isso é um descanso.
A aventura já começou com a procura de casa, mas fica para outra altura.
Bem sei que 2019 já começou há uns dias, mas nunca é tarde.
2019 promete ser um ano muito positivo, também vou fazer por isso, trago comigo algumas das resoluções e dos objetivos de 2018, e tenho outros novos para este ano. Tenho grandes e pequenas resoluções para este novo ano, novos objetivos e desafios, novos sonhos, e querendo ser realista cá vão elas:
Tornar-me finalmente advogada, se passar no exame final em junho e acabar com estes horrores de ser estagiária, que já está a dar comigo em doida, e começar a pensar no a seguir, porque não é só passar no exame.
Conseguir viajar pelo menos 3 vezes, se forem duas já não me queixo, e uma dentro do nosso país, e conhecer novos países, cidades e sítios. Estou a planear uma viajem à Polónia já para o inicio deste ano, estou muito curiosa para visitar Cracóvia e os campos de concentração. Esta viagem foi fazê-la com uma amiga à partida, e com o L. estamos a pensar visitar a Eslovênia e a Croácia, mas ainda andamos a estudar as melhores opções e os melhores preços, também é uma opção ficarmos só pela Eslovênia.
Tirar um curso de inglês como deve ser e quando digo ‘como deve ser’ é um curso intensivo, onde possa aperfeiçoar as técnicas, o vocabulário, onde aprenda a sentir-me mais à vontade com esta língua, que me dê um certificado para o currículo e que me abra portas novas.
Começar a praticar exercício físico, e estou a pensar inscrever-me na natação. Pratiquei natação durantes longos anos, nunca foi um desporto que me motivasse, mas na falta de mais tempo e pela necessidade de praticar desporto, vou apostar nisso. Ando a tentar convencer o L. a vir comigo, mas ele ainda tem menos tempo que eu.
Ir a um festival de verão que já sei qual é e investir mais na minha cultura: concertos, teatro, cinema.
Renovar aos bocadinhos o meu armário. Já destralhe quase tudo, mas a partir de agora quero apostar apenas em roupa que precise para trabalhar e para a minha profissão. Deixei de ter peças de roupa ‘só de andar em casa’, ou ’só de fim de semana’, porque só ocupa espaço e só me faz ter vontade a vestir, o que não pode ser.
Continuar a poupar, ando a meter de lado 5€ por semana, ou seja 20€ por mês, além das outras poupanças que já tinha, e tem corrido bem.
O maior objetivo deste ano é conseguir o meu espacinho com o L., não sei se estou a ser muito ambiciosa, mas estou com esperança e com um feeling que é este ano, e vamos lutar muito por isso.
Além destas que são as resoluções maiores, decidi este inverno, tentar não me dar tanto ao frio e tomar medidas neste sentido. Estas medidas passam principalmente por dormir com menos roupa e andar com menos roupa no meu dia-a-dia, optar mais por lenços e cachecóis do que por golas altas, e para já tem corrido bem, tenho-me sentido bem, não tenho sentido frio e ainda não fiquei doente este inverno.
Ler e escrever mais, vamos lá ver se é este ano. Não cumpri o objetivo de ler mais em 2018, mas vou tentar novamente em 2019.
Ver mais filmes.
Tudo parece alinhado, com força, dedicação e muito esforço, espero que as coisas se alinhem e espero cumprir todos os objetivos.
Falta pouco para o ano acabar e, como tal, decidi fazer um apanhado do ano que passou e dos últimos 12 meses de 2018. Tenho um conjunto de posts sobre isso, mas todos sobre questões diferentes, que espero publicar ao longo deste mês, sobre 2018.
2018 foi um ano muito positivo, principalmente, se pensar na maneira drástica como ele começou e nos seus primeiros dias caóticos. Comecei o ano com um acidente de carro, no dia 4 de Janeiro (o primeiro dia de estágio oficial e a caminho do mesmo), com culpa ainda por cima. Mas tudo se resolveu pelo melhor, mantive a calma, consegui que a minha mãe também a tivesse e correu tudo bem e tudo se resolveu de forma rápida e positiva. Em inícios de Janeiro de 2018 tive imensos problemas no escritório onde estava a estagiar, nada de novo e nada que eu já não soubesse, só pensei que conseguisse aguentar até ao fim do estágio, o que equivaleria a 18 meses (o tempo todo do estágio), o que se tornou impossível. Foi uma altura mesmo difícil, sinceramente, em que me deixei ir muito abaixo e até ver o assunto resolvido só chorava. Os meus apoios foram os meus pais e o L., que coitados, já não sabiam o que haviam de me fazer.
Depois deste muito pequeno resumo, achei que devia começar este último mês de 2018 por pensar nas minhas melhores decisões de 2018 e refletir sobre isso, saber o que quero levar para 2019 e o que podia ter feito diferente em 2018.
A primeira dessas decisões, se não a mais importante, foi terminar com o sufoco desse estágio. Falei dele aqui e foi esse término e ao mesmo tempo inicio que me fez falar sobre a saga de um estágio em advocacia por estes lados. Foi das minhas melhores decisões, só me fez bem, foi um grande alivio saber que não tinha de ir para lá, e que já podia respirar e sentir-me à vontade noutro sitio.
A segunda dessas decisões foi afastar quem não me faz bem, quem pesa o meu tempo e a minha paciência. Também falei disso aqui , sobre as minhas dúvidas se seria egoísta não querer partilhar o meu tempo e o meu espaço com quem sentia que não me trazia energias positivas. Passei a preferir estar sozinha, do que mal acompanhada, ou acompanhada por quem não quero. E, todos perto de mim se aperceberam dessa mudança e dessa decisão. Cresci nesse sentido, estar sozinha não significa ser solitária, bem pelo contrário.
Destralhar. Posso também afirmar que foi das melhores decisões de 2018, ainda não acabou, mas estou muito feliz com tudo o que consegui até aqui e com o que vou conseguir. Um passinho de cada vez e devagarinho chego ao longe. Mas, esta decisão trouxe muitas coisas à minha vida. Deixei de sentir o ar do meu quarto tão pesado, tão carregado de coisas, de memórias passadas, de objetos que já não me diziam absolutamente nada. Hoje é maravilhoso entrar no meu quarto, encontrar o meu espaço de estudo/trabalho, ter espaço para o que preciso, e não ter tudo sobrecarregado.
Ter mais calma na vida. Nem sempre fui muito calma, tiro isso à minha mãe, que é a pessoa mais stressada que conheço, embora mais calma nos últimos anos, porque o coração assim o exige. Desde que o L. entrou na minha vida, que senti a calma e a descontração dele a se refletir nos meus dias, e isso é maravilhoso. Deixei de me chatear com tudo e com nada, e quando, eventualmente, me chateio com alguma coisa, ninguém precisa saber disso. Além disso, deixar de ter pressa na vida, porque isso só traz problemas e preocupações. As coisas acontecem a seu tempo, e não adianta de nada ter pressa com tudo, porque isso só me vai frustrar.
Poupar, ou tentar poupar. Foi um dos meus lemas de 2018. Em 2017 tinha conseguido, mas face a despesas pontuais acabei por precisar mexer no dinheiro das poupanças. Este ano prometi que ia tentar não o fazer, até ser o último recurso. Consegui também convencer o L. a pouparmos juntos, embora isto já tenha começado em 2017. Este ano já conseguimos ir de férias com o dinheiro das poupanças, não todo como é lógico, mas conseguimos pagar uma boa parte com ele, e mantemos essa tradição. Conseguimos ainda poupar um montante fixo por mês, que acordamos os dois, e nesse dinheiro não mexemos para nada, é o nosso pé-de-meia para quando nos quisermos juntar.
Comprar para substituir, comprar só o necessário, não comprar por impulso, e pensar bem quando compro. Este foi um dos passos para as poupanças, foi uma decisão muito bem tomada e que me ajudou ao longo do ano, permitiu-me analisar bem aquilo que compro, e permitiu-me poupar bastante.
Mais tempo com a família, namorado e amigos. Decidi não me preocupar tanto com os problemas da família, deixar de me chatear que aquela ou aquele entrou no meu quarto e pegou numa ou noutra coisa. Claro que me aflige, mas senti que andava constantemente chateada em casa, e isso estava a incomodar-me. Senti que foi uma boa decisão, que me ajudou a manter a calma e melhorou bastante a minha relação com os meus familiares. Depois disso, decidi que, sim, o tempo com eles é importante, daí a minha decisão de ir com os meus pais ao Luxemburgo, porque eles não são muito de sair do país, então ou era ali, ou podia não ser mais.
Estas foram as minhas melhores decisões, entre muitas outras como é claro, mas as principais. Orgulho-me um bocadinho quando penso nelas e quando me apercebo de onde estou e onde cheguei.