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Coisas (des)Interessantes

Coisas (des)Interessantes

06
Out20

Desabafos de um dia chuvoso

mudadelinha

Os últimos meses não têm sido de todo fáceis, e não acho que as mudanças pessoais tenham sido para melhor. O meu crescimento pessoal nos últimos meses tornou-me uma pessoa ainda mais sensata e sincera, mas nunca vou conseguir mudar o coração gigante que tenho, a calma, a inocência e a ingenuidade com que encaro tudo e todos.

A relação com a minha família nunca foi fácil, principalmente com a minha mãe, nunca menti, já passamos juntos por muita coisa, o L. diz que sou a pessoa mais parecida com a minha mãe, daí não nos entendermos. Não concordo, não podia concordar, concordo que a minha mãe é uma inspiração para mim, e tento seguir os passos dela, tento ser diferente, nunca quis ser igual a alguém, seja a minha mãe ou não. Não quero educar um filho meu da mesma forma que fui educada, tiro pontos positivos e tiro pontos negativos, e aos 28 anos acho que levo traumas para a vida toda, traumas esses que têm e devem ser tratados, e acho que é bonito admitir que preciso de ajuda médica. Não acho que seja mais fraca por admiti-lo, pelo contrário, acho que sou mais forte por fazê-lo, porque acho que estou a tempo, e acho que há momentos da vida que devemos parar e pensar se é este o caminho que queremos seguir.

A minha mudança do Algarve para o Porto foi a segunda grande mudança este ano, e sinto que é dar passos atrás. Não estou a saber lidar muito bem com isso, apesar de ser uma coisa que queria muito, nunca pensei que isto fosse acontecer. O L. fica triste quando me ouve, porque sei que ele também prefere cá estar, perto dos amigos e da família, mas o meu coração diz-me que estava melhor lá, mas são decisões. Já tomei muitas decisões erradas ao longo deste pequeno percurso, e tenho receio que seja mais uma delas, mas temos de as saber aceitar, que seja boa ou má, e não posso seguir com esta incerteza.

Estamos a poucas semanas de conseguirmos alcançar um dos nossos maiores desejos, que é arrendarmos um cantinho nosso, e estamos muito felizes com isso. Quero falar mais disto daqui para a frente. Escrever faz-me bem. É a esta decisão que me tenho agarrado, porque a coisa não está mesmo fácil.

 

Penso que chega um momento da vida que devemos saber separarmo-nos dos pais, e os pais dos filhos consequentemente, sem ninguém se prender, ou magoar. Construirmos o nosso caminho não tem mal nenhum, faz parte do percurso.

 

Continuação de boa semana (ainda que mais pequenina)!

 

(esta imagem foi retirada do pinterest)

23
Jul20

As últimas semanas

mudadelinha

Tenho andado um bocadinho desaparecida e um bocadinho cansada confesso. Quero sempre envolver-me em tudo ao mesmo tempo e claramente que o tempo não dá para tudo, já o devia saber, mas já não hã nada a fazer.

 

Sou daquelas pessoas que funciona bem sob pressão e que adora ter o dia completamente preenchido, mas não adoro andar de um lado para o outro, ter diversos trabalhos e atividades em sitios diferentes.  E isso tem sido as minhas últimas semanas, andar literalmente de um lado para o outro. E é muito desgastante e cansativo.

 

Queria escrever mais, aliás quando comecei o bullet journal, que continuo a usar, estabeleci como meta escrever pelo menos uma vez por semana, e consegui nas primeiras semanas. Não tenho conseguido nas últimas semanas e queria mesmo muito. Mas, também admito que não tenho gerido muito bem o meu tempo, e vou tentar fazê-lo.

 

Continuação de uma boa semana, está quase aí o fim de semana, por isso bom fim de semana também :)

 

09
Jun18

É assim tão mau sermos egoístas do nosso próprio tempo?

mudadelinha

Este é um assunto sobre o qual há muito quero falar sobre ele, mas acaba por ficar para segundo plano, pela mistura de sentimentos que sinto só de pensar sobre ele. Por um lado, sinto-me mal por querer usufruir do meu tempo da maneira que gosto, a fazer as coisas que gosto e a estar com as pessoas que quero e gosto. Por outro, não me sinto nem um pouquinho egoísta por isso, porque acho que somos os donos da nossa própria vida, e temos de a gerir como gostamos, como queremos, como pudemos. E tenho sido condenada algumas vezes, principalmente, pelos meus pais. Não pelo meu namorado, acho que ele no fundo se sente beneficiado no meio de tudo, e acaba por entender aquilo que lhe digo, e aquilo que sinto.

Com o passar dos anos, tenho gostado cada vez menos de fazer fretes. De estar e de me dar com pessoas que não gosto, com pessoas que sinto que não me trazem de bom, de fazer coisas que não gosto e para as quais não tenho paciência. Inicialmente, este processo fez-me um bocadinho de confusão, porque fui-me apercebendo que tenho mesmo poucos amigos e pessoas em quem posso confiar, e revoltei-me muitas vezes em casa, com a minha família, por me sentir sozinha. Mas, essa solidão foi-se entranhando no meu dia-a-dia e fui-me sentindo melhor, deixou de me fazer confusão não ter muitos amigos e muitas pessoas em quem confiar, porque os poucos são mais que suficientes. Tenho a minha família, o meu namorado, e dois ou três amigos (se tanto!) e não sinto que precise de mais. As poucas pessoas a quem vou dando alguma confiança acabam por me desiludir, se calhar por ser demasiado exigente com os outros, e comigo também, mas para não ter de lidar com essa mágoa a posteriori prefiro nem dar confiança a ninguém e não deixar ninguém entrar.

Os meus pais acham que eu tenho de ser paciente e tolerante com as pessoas, eu acho que não tenho de ser paciente com ninguém que não me traga coisas boas à minha vida. Sei, perfeitamente, que todas as pessoas têm dias bons e dias maus, e os amigos estão lá para uns e para outros, mas os amigos não podem estar lá para que nós os ouçamos, os amigos ouvem-se mutuamente, pelo menos é assim que eu penso e é assim que sou e me ensinaram a ser. No meio de tudo acabo por me sentir egoísta, por não querer dividir o meu tempo com quem me transmite más energias.

E esse sentimento de egoísmo faz-me pensar muito, muito mesmo, mais do que o devido e necessário muito sinceramente. Talvez as circunstâncias da vida me tenham ensinado a ser assim, mas não me sinto mal por causa disso, por querer ser eu a dona do meu tempo e da minha vida, sem ter de andar fretes, ou a ter de ter paciência com quem não merece, e com quem não tem paciência comigo quando sou eu.

Em regra, sou uma pessoa positiva e otimista, no meio de tudo o que é mau, de uma semana horrível, eu tento sempre manter a postura e o positivismo, quanto muito mantenho o sorriso e tento não pensar no assunto, e isso é meio passo dado. E tenho perdido um bocado a paciência com pessoas que me querem impor os seus problemas, as suas preocupações, as suas energias.

Há determinadas áreas da minha vida que eu não deixo mesmo ninguém entrar, é o meu espaço mais que pessoal, como gosto de lhe chamar. Um deles é o L., falo dele a pouquíssimas pessoas e acreditem também temos os nossos problemas, não são muitos felizmente, mas somos pessoas normais que também discutem e que também discordam de muito coisa. Outro desses espaços, é a minha casa, o meu quarto, a minha família. Quando chego a casa gosto de sentir que estou no meu espaço, ali não preciso esconder nada de ninguém, posso rir, falar, gritar, chorar como me apetece, sem condenações ou julgamentos alheios.

E, depois, não gosto de viver o problema dos outros, porque os outros não vivem os meus. Aprendi esta lição há muito tempo, quando me apercebi que os amigos são amigos quando lhes convém, mas quando sou eu a precisar de ajuda, ou de falar, ou de rir, ninguém está lá. E, disso é que eu não preciso de certeza.

Sermos egoístas do nosso tempo e da nossa vida não é assim tão mau, não tem de ser. Se eu não preocupar comigo, quem se vai preocupar? Esta é a lição.

 

Concordam por aí? Ou estou assim tão errada?

 

30
Mai18

Sonhos

mudadelinha

Sempre sonhei muito durante os meus sonos e adorava saber interpretar sonhos, às vezes é cada um melhor que o outro. Acordo sobressaltada, ando dias a pensar naquilo e não sei o seu significado. Grande parte das vezes a minha mãe diz-me para ter calma, que herdei isso dela, e que há sonhos maus, mas que também há sonhos bons. Em quase todos os meus sonhos entram sempre as mesmas pessoas, mas há uma que está sempre lá: o meu avô. Eu acho que os sonhos são avisos e muitas vezes refletem as minhas preocupações.

20
Mar18

Cansaço psicológico e sanidade mental

mudadelinha

A rotina desgasta qualquer pessoa depois de seis, sete, oito meses no mesmo. Não sou exceção. Há uns cinco/seis meses atrás sentia-me completamente de rastos e quando pensava no assunto não conseguia compreender a razão de me sentir assim, tão desmotivada com tudo, sem vontade para nada, sem paciência para ninguém. Sou uma pessoa muito bem-disposta, sempre (ou quase sempre!) de sorriso fácil, de muito bem com a vida, quer ela corra bem ou mal, exceto quando está a chover. Quando sinto o sorriso a falhar no meu dia-a-dia e me sinto a revirar os olhos por tudo e por nada é porque alguma coisa não está bem. E quem me conhece sabe tão bem disso como eu, principalmente o L.

 

Esses cinco/seis meses foram, talvez, os piores da minha vida, foi uma fase mesmo má e não me sentia assim há muito tempo, aliás nunca me tinha sentido assim. Voltar à minha sanidade mental não foi muito fácil, não tem sido aliás, mas sou uma pessoa lutadora, não desisto de nada com facilidade, com exceção de algumas pessoas, mas de mim não. Não sou de baixar os braços só porque sim, nem de desistir ao primeiro obstáculo. Comecei por identificar as causas do meu cansaço psicológico, o que também não foi tarefa fácil, mas aos bocadinhos lá fui conseguindo. Avaliei tudo o que fazia diariamente para conseguir perceber o que me estava a sugar a minha energia. As coisas no estágio há muito que não corriam bem, não me sentia no meu ambiente, não podia ser eu, e isso estava a influenciar tudo o resto. O part-time que tinha há muito que não me satisfazia, nem me dava o mínimo de prazer nem de gosto, também. Apesar de me dar muito bem com as pessoas e de gostar imenso delas, fiz muitos amigos, trouxe de lá o meu namorado também (foi a melhor coisa!), o ambiente que lá estava instalado não estava a ajudar em nada, porque por muito que queiramos separar a nossa vida pessoal da nossa vida profissional nem sempre é fácil quando trabalhamos com as pessoas há muito tempo, quando temos relações pessoais fora do local de trabalho. Além destes dois aspetos, muitas outras coisas se passavam na minha vida e a única coisa que verdadeiramente me dava prazer era, além da minha cama era o L. e o mestrado. Sempre que chegava a hora de rumar às aulas sentia uma lufada de ar fresco, esperava ansiosamente aquela hora do dia, e mesmo quando não gostava das aulas sentia que estava no meu ambiente, que estava a aprender e a fazer aquilo que gostava. Nunca me deu tanto prazer estudar como naquela altura, o que é realmente uma coisa boa e nunca me tinha acontecido. No entanto, dessas coisas todas precisava de excluir a minha cama dos fatores, porque passava o dia todo a pensar na hora de me deitar, dormir e ficar lá por tempos indefinidos. Passei fins-de-semanas enfiada na cama, de pijama e pantufas, a dormir, a ver séries, a comer coisas que só me fazem mal à saúde porque não me apetecia falar com ninguém, não me apetecia fazer rigorosamente nada. Foi realmente difícil perceber que estava numa fase muito má, mas quando percebi decidi fazer alguma coisa porque não podia continuar assim, ninguém pode continuar assim, estava revoltada com tudo e com todos e estava a descarregar essa má energia nas pessoas que são mais próximas e das quais gosto.

 

A solução foi recomeçar do zero. Recomeçar é o melhor que fazemos quando alguma coisa não está bem e foi o que fiz. Comecei por pensar se seria realmente uma boa opção mudar de escritório para estagiar, comecei a abordar o assunto em casa com a minha família e o L. saber se tinha o apoio deles caso alguma coisa não corresse como o esperado e se seria uma boa opção deixar de trabalhar onde estava. A verdade é que não precisei de muito tempo para perceber que era a melhor opção, as circunstâncias ditaram-no sem precisar de muito e sem precisar fazer nada. E como já disse por aqui, sem esperar, tive sempre o apoio daqueles que gostam de mim. Foi uma chapada de luva branca e nos dias que decorreram à mudança de escritório, caí muitas vezes em mim e pensei inúmeras vezes na forma como a minha mãe e o L. me ajudaram, principalmente a minha mãe.

 

Recomeçar foi o melhor que fiz. Mudei de escritório, deixei de trabalhar naquele sítio. Foi um alívio porque já não conseguia. Ir diariamente para um sitío sem vontade nenhuma é completamente desgastante e exaustivo e era o que estava a contecer. Saber que tinha de ver aquelas pessoas, estar com elas todo o dia, almoçar com elas e fingir que adorava estava a matar-me lentamente. Mantive os amigos, mantive as relações, afastei-me das pessoas que não me traziam coisas boas. Ás vezes é preciso.

 

E depois dessas mudanças pensei que havia muito mais a mudar. Não era só a nível material que precisava mudar, o grande problema não estava aí, o maior problema estava mesmo na forma como estava a encarar a vida. E este ano é sinónimo de aprender, de mudar interiormente, de encarar a vida de outra maneira. Sempre fui otimista, com muito pensamento positivo, e sempre encarei os meus dias com um sorriso. Decidi então que tinha chegado a altura de destralhar tudo o que tinha a mais na minha vida. Destralhar não só o físico, o quarto, os livros, as recordações, os papéis, as caixas, mas destralhar a minha vida toda. Além disso, decidi que precisava mudar as prioridades na minha vida, e mudei. Sempre que me apercebo disso sinto-me feliz, porque há uns meses atrás tinha tudo virado ao contrário. E o mais importante, sinto-me realmente bem com isso.

 

Tem sido um caminho não muito fácil, mas prazeroso. Quando olho para o meu quarto sinto realmente orgulho de estar a conseguir aos pouquinhos a minha sanidade mental, e quando olho para aquilo que faço diariamente não podia estar mais satisfeita. Depois penso nas pessoas que tenho e que ganhei ao longo da vida, não são muitos, são mesmo poucos até, mas não queria mais, nem peço mais. E só posso estar orgulhosa disso, do que ganhei e consegui até aqui. Em tudo o que é mau temos de aprender a ver o lado bom, nem sempre é fácil.

 

A grande lição destes meses, e depois de a pior fase já ter passado, foi que não podemos arrastar aquilo que é mau, se não estamos bem temos que mudar, se possível claro e se nos for permitido. Não me possa acomodar a uma rotina que não é a minha, onde não me sinto bem, com a qual não me identifico. Temos quase sempre a tecla de recomeçar. Ás vezes é assustador, outras é mesmo necessário e repentino, mas quando acontece é o melhor.

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