Nem sei bem que título atribuir a este post, como sempre. O título é sempre um problema.
As últimas semanas não têm disso fáceis, principalmente a última. E este não é de todo um post a queixar-me, não sou de queixar-me muito. O primeiro dia foi mau, o segundo já foi melhor, no terceiro já segui em frente e assim adiante. Não me vale de nada lamentar-me.
Em inícios de setembro rumei ao Algarve, para começar a trabalhar, no fim das férias de verão, e de uma bela temporada no Porto, em casa dos meus pais. Ao longo dos tempos que fui estando pelo Porto, decidi ir enviando alguns currículos e vendo as oportunidades de emprego no norte do país. Primeiro porque nunca fui de estar parada e depois com toda esta situação, sabia perfeitamente que afetaria a minha anterior situação de emprego, que era um estágio em advocacia remunerado. Quando tomei a decisão de ir trabalhar para o Algarve foi uma decisão definitiva, nunca pensei regressar de forma tão breve ao Porto, sabia que se corresse tudo bem, era lá que queria estar. Já falei disso várias vezes aqui pelo blog. Mas, a pandemia afetou a vida e o trabalho de todos, inclusive o meu. Para me precaver, decidi mandar currículos. Em inícios de Agosto, fui a uma entrevista no Porto, para um escritório que já conhecia há muito tempo, para uma vaga que me era familiar, num sitio que também me era familiar, e onde me era possível conciliar trabalhar de forma remunerada, aprender e adquirir outras competências, e terminar o pouco que me falta do meu estágio. A entrevista correu bem, mas nunca obtive resposta.
Em inícios de setembro, rumei ao Algarve, quando me deram feedback positivo de que podia voltar presencialmente para o escritório. As condições eram diferentes, ainda assim satisfatórias, e tinha a oportunidade de voltar ao meu cantinho. Ao longo da viagem, fui-me mentalizando que voltaria ao Algarve, que tão bem me recebeu, que me iria afastar novamente do L., dos meus amigos e família.
Mal estacionei o carro à frente do apartamento, recebo uma chamada, do escritório do Porto, a questionar quando poderia começar a trabalhar, se tinha disponibilidade imediata, ou se já não estava interessada. E aqui começa a saga das más decisões, porque nisso eu sou profissional.
Ainda ponderei aceitar ou não, mas a balança pesou mais para voltar ao Porto, porque estaria mais perto da minha zona de conforto, apesar de adorar o Algarve e de me ver a ficar por lá. A família e o L. apoiavam o regresso, o meu coração dizia-me que devia ficar no Algarve. Mas, não pensei muito. Disseram-me que estaria um mês à experiência e que depois assinaria contrato de trabalho. A remuneração era atrativa, principalmente para quem esteve anos a estagiar sem receber nada. Decidi aceitar a proposta, sem grandes certezas profissionais, e logo naquela semana voltei a casa, para começar a trabalhar na segunda. Senti-me feliz, mas nostálgica, disse a semana toda que ia ter saudades da minha vida no Algarve, apesar de ainda ter de lá voltar muitas vezes para resolver assuntos profissionais e para terminar a parte formal do estágio.
Um mês passou-se, tive 3 dias de formação intensiva, porque fui substituir a pessoa que lá estava naquela função. Familiarizei-me com a função, porque tinha experiência naquelas funções, não me era estranho. Gostei do ambiente, imaginei-me a ficar lá a trabalhar, gostei das pessoas e do ambiente do escritório.
Ao fim de um mês, cortaram-me as asas. O mês de experiência tinha passado rápido, não tinham gostado a 100% de mim, procuravam outro tipo de pessoa, e por isso prescindiam dos meus serviços, sem qualquer tipo de compaixão. Confesso que foi uma valente chapada de luva branca, saí de lá com as lágrimas nos olhos, e mal cheguei ao carro, com toda a minha tralha, fiz a viagem toda a chorar, porque precisava de chorar e de exteriorizar o que estava a sentir. Achei que tinha encontrado a minha oportunidade e morri a chegar ao mar, foi esta a sensação, continua a ser.
Mas, como digo, o primeiro dia foi mau, o segundo também, no terceiro acordei de manhã e pensei que a vida não acabava ali e estive o dia todo a mandar currículos e a procurar soluções.
Não sou de baixar os braços, mas faltou pouco para desistir, faltou mesmo muito pouco desta vez. Mas não o vou fazer, porque algo melhor me espera certamente.
Gostava de começar pelo início, mas nem sei bem como é que isto começou. Há uns dias fez um mês que estou a viver sozinha, a 500km de casa, longe da minha família, namorado e amigos. E, nada melhor que fazer um balanço do primeiro mês e pensar como é que isto começou.
Vim cá em Novembro, ainda o meu avô estava doente (aqueles momentos que nos marcam), e lembro-me de vir no comboio a pensar “E se a resposta for positiva? Largo tudo e venho? Vou ponderar, não vou ponderar?”. Vinha cheia de receios e de medos, mas vinha cheia de vontade de arriscar de mudar tudo, toda a minha vida, todo o meu dia-a-dia. E o L. vinha comigo, embarcou comigo na aventura, de vir ao Algarve umas horas, para uma entrevista, que tanto podia correr bem, como podia correr mal. Se estava preparada para tal, penso que sim.
A verdadeira aventura começou com a procura de casa! Eu sabia que não ia ser fácil, mas não pensei que fosse tão difícil. Por breves momentos, achei mesmo que seria impossível conseguir um T0/T1 por menos de 500€ e que não me pedissem os rins e os ovários de adiantamento e caução. Mais, que fosse por menos de 500€ e que fosse arrendamento anual, porque no Algarve o pão-nosso-de-cada-dia são os "arrendamentos por temporadas", ou nos meses de Verão. É tão-só ridículo.
Ao fim de umas semanas de emails, telefonemas e mensagens, lá me caiu do céu um T1, perto de Tavira, por um preço aceitável, mas que não é em Tavira, como eu queria e quero, porque Tavira é uma cidade caríssima para arrendar ou até mesmo comprar. O ramo imobiliário por estes lados está assustador.
Queria um t0/t1 para ter condições, não só para mim, mas para receber a minha família, namorado e amigos, ao invés de ter de partilhar casa e ter um quarto, apesar de ter mais companhia, isso envolve outra logística a que não estou habituada, então coloquei logo essa hipótese de lado.
Quando consegui casa, onde não me pediram balúrdios de caução ou de rendas adiantadas, lá defini um dia para me mudar e as mudanças Porto-Algarve foram outra aventura não é verdade? Estamos a falar de 500km de distância. Fiz duas viagens de comboio e de autocarro, porque podemos trazer toda a bagagem que quisermos, e a última fiz de carro, o que tornou tudo mais fácil, porque alberguei no carro toda a minha casa. Estamos a falar de roupa, calçado, coisas para a casa e livros e tralha de material de estudo. Não foi de todo fácil, mas foi possível, e foi-se fazendo à medida que fui a casa.
Uma nova etapa começou, uma fase nova da minha vida, e por estranho que seja dizer isto, mais em voz alta, estou a gostar. Estou a gostar particularmente de morar sozinha, do silêncio e da solidão, acho que sempre precisei disto. As lágrimas aproximam-se dos olhos na hora da despedida, mas voam na hora que tenho os pés em terras algarvias e sinto que esta agora é a minha vida. E está tudo à distância de um telefonema, de uma chamada via Skype ou via Facebook.
Não me tem custado estar sozinha, fazer as lides de casa, cozinhar para mim, fazer compras para mim, chegar a casa e não ter ninguém e ter a casa como a deixei. Tem sido bom!
Esta aventura continua, todos os dias há uma coisa nova para contar.
Fui atrás dos meus sonhos, a mais de 400km de casa e de tudo o que me é familiar. As palavras custam a sair, ainda pela mistura de emoções que vai aqui dentro. Decidi correr atrás dos meus sonhos, porque os meus me apoiam em tudo, o L. foi comigo numa viagem de 6h de comboio para lá e 6h para casa, na incerteza se uma simples entrevista ia correr bem ou não e a minha mãe nunca largou o telemóvel, ansiosa que a qualquer momento lhe ligasse. Numa quarta-feira ligaram-me, e na quarta-feira seguinte lá estava eu, firme daquilo que quero para a minha vida.
Saímos de Campanhã às 5.40h, para chegar ao Algarve às 12.10h. Comboio foi o melhor transporte que consegui, tendo em conta que foi marcado em cima da hora. A entrevista estava marcada para as 15h, pelo que deu tempo de darmos uma voltinha e almoçarmos descansados, sem pressas. Nunca tínhamos ido a Tavira, aliás foi a primeira vez do L. no Algarve e a minha em Tavira. Tivemos sorte com a metereologia. Saímos do Porto com chuva e frio, cheios de roupa, e chegamos ao Algarve com um sol maravilhoso e 20C, como tanto gostamos.
Estivemos quase uma hora à espera no café à frente do escritório, e aquele nervosismo irritante começou a fazer das suas. Já não me sentia nervosa para uma entrevista há muito tempo, ao fim de tantas que já fui, aquela era só mais uma, mas a muitos quilómetros longe de casa. Fui tranquila, como sempre tento ir, depois de lá estar, é só uma conversa sobre mim, nada de assustador. E a primeira pergunta não podia deixar de ser o porquê de estar disposta a tamanha mudança e a querer ir trabalhar para Tavira. A resposta é muito simples, assusta-me e sei que assusta todos à minha volta, inclusive o L., gosto de mudanças e de novas experiências, e a minha vida precisa de uma grande reviravolta. Se essa grande mudança está a 400km de casa, assim o será. São feelings que sinto, caso contrário não tinha ido.
É uma coisa que quero e que apesar de assustada, porque definitivamente ainda estou em pânico, sinto-me preparada para esta mudança e vão ter a oportunidade de a acompanhar aqui, porque tenho muita necessidade de escrever sobre isto e sobre tudo o resto que se tem passado na minha vida.
À partida só irei entre janeiro e fevereiro, e até lá preciso de tratar de muita coisa, inclusive de arranjar casa. A ideia inicial seria um quarto confortável e familiar, para pagar menos e poupar mais, mas a longo prazo iremos os dois (pelo menos a ideia é essa!), e não faz sentido estar a escolher um quarto, quando daqui a uns meses vamos precisar de T0 ou de um T1 para os dois, por isso prefiro já arrendar um apartamento ou uma casa pequenina.
Respiro fundo e sinto que é um recomeço, que há muito ansiava sabem? Quem me é próximo sabe disso, e para já só contei mesmo aos mais próximos, família e pouco mais. Estou feliz, porque finalmente vou começar a trabalhar na minha área, vou ter o meu cantinho, e estou feliz porque não vou assim para tão longe. Vou estar dentro do meu país, as pessoas têm a mesma cultura e a mesma língua, e isso é um descanso.
A aventura já começou com a procura de casa, mas fica para outra altura.
A minha vida, nos últimos meses, não tem sido fácil, daí o meu desaparecimento por estes lados, porque tem sido mesmo difícil ter tempo para tudo, motivação também confesso, e apesar não ter sido uma coisa que eu quisesse propositadamente, acabei por me distanciar um bocadinho, por muitas razões, mas principalmente para ter tempo para mim e para os meus, para pensar e refletir sobre muita coisa, essencialmente sobre a minha vida e o meu futuro.
A nível profissional, o ano que passou foi um ano de esperança, que as coisas iam começar a encaixar-se e a correr bem. Comecei finalmente o meu estágio da Ordem dos Advogados, não começou da melhor forma, desabafei muito sobre isso, mas lá encontrei o meu lugarzinho, que apesar de não ser o melhor do mundo, identifiquei-me e senti-me mais aliviada. 2018 ensinou-me mesmo muita coisa, ensinou-me que as coisas se vivem com calma, que tudo acontece a seu tempo, não vale a pena ter pressa, porque isso só traz frustração, revolta, desmotivação e desanimo. Com a ajuda do L., consegui esse equilíbrio na minha vida e na minha mente, porque não era uma pessoa assim antes de o conhecer.
Ao longo de 2018 criei muitas expectativas para o ano que se aproximava, expectativas pessoais e profissionais, derivados do fim do meu estágio da ordem profissional e com a minha possível aprovação no exame de agregação. Sabia que não seria de todo fácil, nunca o foi, mas também aprendi que tudo o que vale a pena não é fácil, implica muitas horas de esforço e dedicação, muito foco e disciplina, e muita vontade. E, vontade foi coisa que nunca me faltou, às vezes falha-me a força e a fé na humanidade, são coisas diferentes acho.
Em abril terminei o meu estágio, que não foi de todo fácil, nem de mão beijada. Para pensar sequer que podia terminá-lo foram muitas horas, foram dilemas atrás de dilemas, entre terminar e arriscar, ou jogar pelo seguro e pedir prorrogação de 6 meses, como tantos outros colegas o fizeram. Mas, no inicio do estágio eu tinha estabelecido que se tivesse tudo o que era exigido para o terminar assim o faria, nem medos, nem incertezas, e assim foi. Ao longo da segunda fase de estágio, que durou 1 ano, consegui fazer tudo o que o nosso regulamento exige: 20 assistências (10 sozinha e 10 acompanhada pela patrona ou advogado de confiança, das quais 5 em civil e 5 em penal), 5 intervenções em audiências de julgamento e 6 peças subscritas por mim, estagiária, e pela minha patrona. Custou muito, mas consegui, e em abril assim o fiz, entreguei todos os relatórios, que muitas horas de sono me tiraram, no dia 18 de abril no dia anterior ao aniversário do L., porque não quis agendar para depois, porque era o fim de semana da páscoa.
Depois de entregar tudo o que tinha para entregar consegui respirar um bocadinho de alivio, senti uma pontinha de orgulho, por todo o percurso até ali e pensei “falta tão pouco!”. O exame era a meta final, e setembro era o inicio de tudo, se consegui a tão esperada aprovação podia-me considerar advogada. Comecei a preparar o exame em janeiro, logo depois do Natal, a juntar e atualizar a legislação todo, comprar códigos e material, imprimir todos os exames de anos anteriores, e todo o material de apoio que iria precisar, para começar a estudar com antecedência e não deixar tudo para última da hora.
E esse foi um dos meus grandes erros, ter criado dentro de mim e dos meus, tantas expectativas para setembro de 2019, porque nunca, mas nunca, ao longo destes dois, equacionei que alguma coisa fosse correr, não deixei de dar o meu melhor, de me esforçar e fazer T-U-D-O o que estava ao meu alcance para não desiludir novamente os que gostam e fazem tudo por mim.
Mas, aconteceu. Esta semana recebi a noticia que os meus relatórios de estágio não serão aceites, por uma simples peça não subscrita, e que não serei admitida, nem à entrevista, nem ao exame final. Entrei em choque, e voltei a tentar o tudo por tudo, fazer tudo o que estava ao meu alcance para que tal não pudesse acontecer, mas logo de seguida recebo um email que ainda realça mais esse aviso. E não posso pedir a prorrogação, porque ou era uma coisa, ou outra.
Estes dias não têm sido mesmo fáceis, nem para mim, nem para os que me são mais próximos, e como não os quero massacrar com o assunto, porque sei que eles estão tão desanimados como eu, preferi escrever sobre o assunto. Pelo menos desse lado ninguém me conhece, e posso falar à vontade sobre isto. Sinto-me desanimada, desmotivada, os meus dias não têm nada para eu fazer, não me sinto de férias, porque o ‘botão’ do exame já estava ligado, e já estava a estudar arduamente para o exame. Cortaram-me as pernas antes de sequer chegar à praia. E sinto-me perdida, mesmo muito perdida, porque não sei o que vou fazer à minha vida daqui para a frente. Voltar a estagiar 18 é uma opção, a opção mais próxima até, porque cancelam-me inscrição e posso voltar a inscrever-me sem setembro deste ano. Sinto-me sem objetivos, sem metas, e tem sido muito difícil lidar com isso, olhar para um lado e não ter nada para fazer, e olhar para o outro e ver um estágio não remunerado de 18 meses à minha frente.
Eu quero só passar a mensagem, e é mesmo só isto que quero transmitir, além do desabafo é claro, de que tudo é possível, e apesar de desiludida, continuo a acreditar que as coisas acontecem a seu tempo, e não vale a pena ter pressa. Estou preparada que os próximos dias vão ser difíceis, não estava preparada para isto, não me preparei para esta hipótese, ainda assim, creio que ter-me preparado para esta hipótese não era uma opção viável, nunca nos metemos numa coisa a ponderar que vai correr mal, eu pelo menos não sou assim. Acredito que daqui a uma semana me vou sentir melhor, tenho pensado tirar uma semana para mim, possivelmente viajar sozinha até um sitio relativamente perto, para puder pensar e cuidar da minha mente, criar objetivos, recarregar forças e energias, e colocar novamente cartas em cima da mesa.
E, acreditem, não se desiste, mesmo quando tudo nos empurra para essa mísera opção!
Falta pouco para o ano acabar e, como tal, decidi fazer um apanhado do ano que passou e dos últimos 12 meses de 2018. Tenho um conjunto de posts sobre isso, mas todos sobre questões diferentes, que espero publicar ao longo deste mês, sobre 2018.
2018 foi um ano muito positivo, principalmente, se pensar na maneira drástica como ele começou e nos seus primeiros dias caóticos. Comecei o ano com um acidente de carro, no dia 4 de Janeiro (o primeiro dia de estágio oficial e a caminho do mesmo), com culpa ainda por cima. Mas tudo se resolveu pelo melhor, mantive a calma, consegui que a minha mãe também a tivesse e correu tudo bem e tudo se resolveu de forma rápida e positiva. Em inícios de Janeiro de 2018 tive imensos problemas no escritório onde estava a estagiar, nada de novo e nada que eu já não soubesse, só pensei que conseguisse aguentar até ao fim do estágio, o que equivaleria a 18 meses (o tempo todo do estágio), o que se tornou impossível. Foi uma altura mesmo difícil, sinceramente, em que me deixei ir muito abaixo e até ver o assunto resolvido só chorava. Os meus apoios foram os meus pais e o L., que coitados, já não sabiam o que haviam de me fazer.
Depois deste muito pequeno resumo, achei que devia começar este último mês de 2018 por pensar nas minhas melhores decisões de 2018 e refletir sobre isso, saber o que quero levar para 2019 e o que podia ter feito diferente em 2018.
A primeira dessas decisões, se não a mais importante, foi terminar com o sufoco desse estágio. Falei dele aqui e foi esse término e ao mesmo tempo inicio que me fez falar sobre a saga de um estágio em advocacia por estes lados. Foi das minhas melhores decisões, só me fez bem, foi um grande alivio saber que não tinha de ir para lá, e que já podia respirar e sentir-me à vontade noutro sitio.
A segunda dessas decisões foi afastar quem não me faz bem, quem pesa o meu tempo e a minha paciência. Também falei disso aqui , sobre as minhas dúvidas se seria egoísta não querer partilhar o meu tempo e o meu espaço com quem sentia que não me trazia energias positivas. Passei a preferir estar sozinha, do que mal acompanhada, ou acompanhada por quem não quero. E, todos perto de mim se aperceberam dessa mudança e dessa decisão. Cresci nesse sentido, estar sozinha não significa ser solitária, bem pelo contrário.
Destralhar. Posso também afirmar que foi das melhores decisões de 2018, ainda não acabou, mas estou muito feliz com tudo o que consegui até aqui e com o que vou conseguir. Um passinho de cada vez e devagarinho chego ao longe. Mas, esta decisão trouxe muitas coisas à minha vida. Deixei de sentir o ar do meu quarto tão pesado, tão carregado de coisas, de memórias passadas, de objetos que já não me diziam absolutamente nada. Hoje é maravilhoso entrar no meu quarto, encontrar o meu espaço de estudo/trabalho, ter espaço para o que preciso, e não ter tudo sobrecarregado.
Ter mais calma na vida. Nem sempre fui muito calma, tiro isso à minha mãe, que é a pessoa mais stressada que conheço, embora mais calma nos últimos anos, porque o coração assim o exige. Desde que o L. entrou na minha vida, que senti a calma e a descontração dele a se refletir nos meus dias, e isso é maravilhoso. Deixei de me chatear com tudo e com nada, e quando, eventualmente, me chateio com alguma coisa, ninguém precisa saber disso. Além disso, deixar de ter pressa na vida, porque isso só traz problemas e preocupações. As coisas acontecem a seu tempo, e não adianta de nada ter pressa com tudo, porque isso só me vai frustrar.
Poupar, ou tentar poupar. Foi um dos meus lemas de 2018. Em 2017 tinha conseguido, mas face a despesas pontuais acabei por precisar mexer no dinheiro das poupanças. Este ano prometi que ia tentar não o fazer, até ser o último recurso. Consegui também convencer o L. a pouparmos juntos, embora isto já tenha começado em 2017. Este ano já conseguimos ir de férias com o dinheiro das poupanças, não todo como é lógico, mas conseguimos pagar uma boa parte com ele, e mantemos essa tradição. Conseguimos ainda poupar um montante fixo por mês, que acordamos os dois, e nesse dinheiro não mexemos para nada, é o nosso pé-de-meia para quando nos quisermos juntar.
Comprar para substituir, comprar só o necessário, não comprar por impulso, e pensar bem quando compro. Este foi um dos passos para as poupanças, foi uma decisão muito bem tomada e que me ajudou ao longo do ano, permitiu-me analisar bem aquilo que compro, e permitiu-me poupar bastante.
Mais tempo com a família, namorado e amigos. Decidi não me preocupar tanto com os problemas da família, deixar de me chatear que aquela ou aquele entrou no meu quarto e pegou numa ou noutra coisa. Claro que me aflige, mas senti que andava constantemente chateada em casa, e isso estava a incomodar-me. Senti que foi uma boa decisão, que me ajudou a manter a calma e melhorou bastante a minha relação com os meus familiares. Depois disso, decidi que, sim, o tempo com eles é importante, daí a minha decisão de ir com os meus pais ao Luxemburgo, porque eles não são muito de sair do país, então ou era ali, ou podia não ser mais.
Estas foram as minhas melhores decisões, entre muitas outras como é claro, mas as principais. Orgulho-me um bocadinho quando penso nelas e quando me apercebo de onde estou e onde cheguei.