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Dez22
Resumo de 2022
mudadelinha
2022, que ano! O melhor de todos!
Não sou muito disto, nem paro muito para agradecer a um ano, porque não faz sentido, agradeço todos os dias à vida e faço por merecê-la. Mas 2022 foi um ano muito especial, duro, especial, bonito, foi um ano de muitas e muitas aprendizagens para a vida. Vou enumerar por ordem de acontecimentos:
- 2022 começou a notícia da minha gravidez. Assustados, mas felizes e preparados, foi assim que nos sentimos até ao F. nascer. Íamos ser pais de um menino.
- Em fevereiro apanhei o maldito vírus covida-19, estava de 18 ou 19 semanas de gestação e ainda não sentia movimentos fetais. Desesperei que queria comprar um doppler fetal para ter a certeza que estava tudo bem com o bebé, até que no dia que faço as 19 semanas penso sinto qualquer coisa muito estranha na barriga e chamo o L.. Ficamos ali à espera que se repetisse e o L. diz “Senti! É ele!”. Estávamos encharcados em febre, cheios de dores de cabeça e de corpo, garganta também, entupidos em medicações. Passamos os restantes dias a olhar para a minha barriga, era o nosso passatempo favorito, tendo em conta que a nossa energia não era muita para quase nada.
- Em Fevereiro ainda vejo realizado um dos meus principais objetivos: efetividade, um contrato de trabalho a tempo indeterminado! E naquela situação, conhecendo bem o panorama português no que toca a despedimentos de trabalhadoras grávidas, a renovação deu-me um alivio para começar a preparar a chegada de um bebé e para viver a gravidez com mais calma e tranquilidade.
- Em Março, começa a cair-nos um bocadinho a ficha que estava a chegar um bebé, que não tínhamos nada pronto e que nem sabíamos em que casa estaríamos à data do nascimento, visto que tínhamos comprado casa em Novembro de 2021 e estava tudo atrasado. Não sabíamos se nos iriamos mudar em Maio, Junho ou Julho, e o F. estava previsto chegar em inícios de Julho. Começamos a stressar com aquele panorama, a minha mãe ia ajudando com o que podia, foi preparando um quarto para nós e para o pequeno caso fosse houvesse alguma emergência, mas nada foi preparado ao nosso gosto e organização (e a nível de organização admito que chorei muitas vezes, mas explico mais à frente).
- Todos estes meses até Maio foram relativamente tranquilos, ia quase todos os meses ao Algarve em trabalho e preparar o estágio, mas tive uma gravidez muito tranquila, que me permitiu isso. Ao chegar às 35 semanas de gestação, ali a bater o início de Junho, comecei a stressar com as idas ao Algarve, ainda mais com as noticias do estado das urgências obstétricas no país, mas especialmente no sul. O exame era a 7 e 9 de Junho e o F. estava previsto nascer umas semanas depois, mas fazer o exame implicava ficar uma semana em Faro sem saber o que poderia acontecer. Caso ele decidisse nascer em Faro, não poderíamos voltar ao Porto no dia a seguir, teríamos de aguardar uns dias. Toda essa ponderação obrigou-me a parar e definir prioridades e a minha prioridade foi a minha gravidez e o bebé que estava a gerar.
- Os finais de Maio e inicio de Junho ficaram marcados por estas decisões, nada fáceis, e pela mudança de casa. Não tivemos tempo de preparar nada da nossa casa, então ficamos temporariamente em casa dos meus pais, até termos tudo em ordem. No meio das mudanças, recebemos a notícia que estava com muito pouco líquido amniótico, que provavelmente teriam de induzir, mas aparentemente estava tudo bem comigo e com o bebé. Durante duas semanas, fomos dia sim, dia não ao hospital para ser vigiada e às quase 39 semanas decidiram induzir.
- Junho foi o mês mais marcante do ano, dia 22 nasceu o F., de um parto induzido que terminou numa cesariana. Um momento respeitado para todos, mas que ainda não o resolvi bem, mas que aos bocadinhos lá vamos. Em junho, começou a maior aventura das nossas vidas, anda fácil, muito desafiadora, mas que vale totalmente a pena! Costumo dizer que a maternidade é uma lufada de humildade e é verdade.
- Estar em casa dos meus pais, deu-nos uma suporte e apoio que dificilmente teríamos em nossa casa, mas foi difícil encontramos o nosso lugar enquanto pais, foi muito difícil, acho que continua a ser, mas vamos tentando e vamos conseguindo, com amor e respeito. Nem sempre é fácil, mas acho que a base é sempre o diálogo e a comunicação.
- Em finais de Setembro, na consulta dos 3 meses, descobrimos que o F. tem um problema cardíaco genético e caiu-nos um bocadinho o mundo. Os primeiros dias foram complicados, mas procuramos ajuda e no meio da confusão encontramos a nossa calma, é resolvível, será feito cateterismo, é um procedimento simples e não invasivo, mas que assusta de qualquer das formas. Vamos sendo otimistas e positivos, porque é isso que temos de ser pelo pequeno, ele não merece o contrário.
- Estes 6 meses foram de amamentação exclusiva e que orgulhosa me sinto por dizer isso, porque tem sido uma luta a contar noutra publicação. Era uma coisa que queria muito e que conseguimos, e está para manter o tempo que quisermos.
- Dezembro fez 6 meses que o F. nasceu e uma semana antes começamos a tão esperada introdução alimentar, que falarei mais à frente também.
Em modo de resumo, 2022 foi um desafio que nos deu o nosso melhor presente. Sabia que era bom, não estava preparada para isto.
(a imagem é minha)