Em menos de 2 dias risquei da minha lista musical dois dos nomes portugueses que sempre quis ver e ouvir ao vivo, Rui Veloso e os GNR! E não me arrependi nada, a música portuguesa continua a encher-me as medidas e os ouvidos! Principalmente, sendo o fundo do palco as minhas belíssimas cidades do coração : Vila do Conde e o Porto.
(Rui Veloso )
Por último :
O meu s.João!
(Vila Chã, Vila do Conde )
Continuaçãode bom s.João a todos e um bom fim de semana! :)
Podemos confessar que a nossa terrinha será sempre a nossa casa. Não sou excepção, a minha terra será sempre a minha casa. Mias de metade das minhas memórias estão lá, toda a minha infância, toda a minha vida, até aos dias de hoje. E, por essas mesmas razões, guardo-a e estimo-a no meu coração, como se fosse minha.
Todos temos o nosso sitío preferido neste mundo e, o meu é este. É onde encontro o equilíbrio que tanto preciso e, onde consigo pensar como deve ser. É um sitío lindo, repleto de uma magia que só quem conhece consegue explicar.
Estou à mais de duas horas com este separador aberto, com ideia do que vou escrever, mas sem saber como começar. Parece que já comecei, o segredo está se vou conseguir continuar até ao fim. Desejem-me sorte. À um par de dias que quero escrever sobre isto, que todos os anos, por esta época, me invade os pensamentos, o coração.
Não sei se alguma vez por aqui disse que morei mais de quinze anos perto do mar. Mesmo em frente ao mar, dizendo melhor. Guardo inúmeras recordações de infância, até porque cresci ali, naquele sitío, longe do mundo. Não creio que muitas pessoas possam dizer isto e, ás vezes, não sei até que ponto não fui uma sortuda por isso. Tenho, sobretudo, saudades de ouvir o mar, de adormecer a pensar no mar e, sonhar com isso. Quando era criança era muito imaginativa, adorava histórias, inventava as minhas próprias histórias, vivia na minha própria história.
Todos os anos, desde que tenho memórias, quando chegavam os primeiros raios de sol, o meu pai levava-me ,todos os dias, a molhar os pés, a correr na praia, a jogar bola ou, simplesmente, a apanhar beijinhos e búzios. E, é disso que tenho saudades. Tenho saudades de ter aquele mundo à frente dos meus olhos todos os dias.
Sei que fui uma sortuda, que sou aliás uma felizarda. Mas, não consigo conter as saudades do cheiro, do barulho, das ondas, de tudo. Guardo um respeito e um carinho inagualáveis por aquela força da natureza, vi muita coisa, tive medo muitas vezes, mas sempre soube que se o tratasse bem, ele não me fazia mal. Foi isso que me ensinaram, Na minha ingenuidade infantil, fazia conchinha com as minhas mãos, enchia-as de água, dava-lhes beijinhos e, despejava a água. Dizia-lhe que gostava muito dele e, despedia-me. No dia seguinte, sabia que voltaria a fazer o mesmo.
É este sentimento que falta a muitas pessoas, este respeito, ou até medo, como muitos lhe chamam. Um dia, talvez mais próximo do que aquilo que penso, quero que os meus tenham a mesma sorte. E, quero continuar a minha vida perto dele, porque sei que lá sou feliz, é o ar que respiro e, que tão bem me faz.